quinta-feira, dezembro 30, 2004

2004

Então vamos lá a uma lista do que mais me chamou a atenção em 2004:

1. Tivemos um primeiro ministro que aproveitou uma derrota eleitoral para fugir do país. Trocou de nome e tudo...

2. Tivemos um Presidente da República que se esqueceu da opinião de quem o elegeu e reconduziu a maioria PSD/PP no governo. Que se passou a chamar PPD/PSD Vs. CDS/PP.

3. Tivemos um grupo de crianças a brincar aos governos durante quatro meses. E que, tal como as crianças, ainda não sabe porque lhe foi retirado o brinquedo.

4. Tivemos a confirmação de que afinal o Senhor escreveu direito (por acaso) por linhas retorcidas. E que tem o apelido Sampaio.

5. Tivemos problemas/confusões na Educação, Finanças, Economia, Defesa, Justiça, Administração Interna, Segurança Social, Cultura, Ambiente, Negócios Estrangeiros, Presidência do Conselho de Ministros, Assuntos Parlamentares. Descubra as áreas que faltam...

6. Tivemos um ministério chamado "Ministério das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional [MCALHDR]" e vários outros com nomes semelhantes. Agora é moda colocar todas as secretarias de estado nos nomes dos ministérios, para evitar confusões no Conselho de Ministros.

7. Tivemos os três partidos mais antigos do nosso parlamento com mudanças de liderança. Dois viraram à direita, o outro virou tudo à esquerda, quem sabe na direcção da parede.

8. Tivemos o início do Julgamento do Caso Casa Pia. E continuo a ficar muito aborrecido quando oiço falar em “alegadas vítimas”.

9. Tivemos um ano bastante aziago em termos de mortes de personalidades, com perdas inestimáveis. Sophia de Melo Breyner Andresen, Maria de Lurdes Pintasilgo, Ildo Lobo, só para mencionar em algumas das perdas da área lusófona.

10. Tivemos um atentado aqui bem perto, para nos lembrar de que afinal não estamos imunes a ataques terroristas. E que devemos ter cuidado com quem nos damos, e da sua forma de abordar os problemas.

11. Tivemos um presidente do governo vizinho que foi derrotado nas eleições a seguir a esse atentado. Espanha não é igual aos Estados Unidos no que toca à desinformação.

12. Tivemos uma reeleição do outro lado do Atlântico que vem confirmar o dito no ponto anterior. E com quem será que nós somos mais parecidos?

13. Tivemos a morte do líder da Autoridade Palestiniana, insigne jogador da corda bamba que são as sensibilidades árabes. Mas não acredito que neste conflito exista um efeito Savimbi.

14. Tivemos um dos maiores festivais de música do mundo em Lisboa, o Rock In Rio-Lisboa. Continuo sem perceber se, com este nome, o festival foi no Rio de Janeiro ou em Lisboa.

15. Tivemos o Euro 2004, foi uma festa de todo o país, mostrámos a habitual boa capacidade organizativa, fomos finalistas mas não ganhámos. Ainda não consigo comer queijo Fetta.

16. Tivemos ruas e carros cheios de bandeiras e percebemos que afinal não é assim tão feio ter orgulho dos nossos símbolos nacionais. O problema é saber representá-los...

17. Tivemos um Campeão Europeu e Mundial de Futebol que voltou a representar de uma forma excelente o nosso País no estrangeiro. Mas que foi outra vez ignorado pelo Presidente na hora das condecorações.

18. Tivemos uma boa prestação olímpica (excepto no futebol) e paralímpica. E finalmente uma rampa para cadeiras de rodas no palácio de São Bento.

19. Tivemos uma Federação de Andebol de Portugal que nos mostra até onde pode ir o caciquismo no nosso país. Uma das nossas melhores modalidades deitada ao lixo por anos a fio.

20. Tivemos a convocatória do Papa do futebol para uma ida ao Tribunal de Gondomar. Depois de um Bigode Verde a fugir para Angola e um Careca Vermelho condenado e preso, o que será que vai acontecer?

21. Tivemos uma crescente crispação em tudo o que é orgão de comunicação social, acerca de tudo e mais alguma coisa. Tenham calma, não é a gritar que se vende mais, mas a informar com rigor como é a vossa função.

22. Tivemos o nascimento de uma estrela gay-pimba-chique. Que introduziu no nosso vocabulário (com algum atraso) o termo “Metrossexual”.

23. Tivemos um crescimento exponencial do fenómeno “Blog” na nossa sociedade. Tudo o que é bicho careto quer ter um “Blog” para botar faladura.

24. Tivemos a inauguração do “Matrecos”, espaço de análise e introspecção. Com o pé a fugir para a chinela e sem sujar as mãos de óleo...

25. Tivemos um dos maiores desastres naturais da história conhecida do Homem, no Oceano Índico. A terra tremeu, o eixo do planeta mexeu, Ilhas moveram-se 20 metros, formaram-se Tsunamis e morreram 120 mil pessoas.

Balancé do Ano

Pois é. Estamos no Final do ano e sentimo-nos todos propensos a fazer alguns balanços do que se passou. É engraçado que um balanço se pode fazer em qualquer dia do ano, em relação ao ano que passou para trás, mas será sempre mais prático (e lógico) fazê-lo no dia que marca a mudança do ano.
Até porque somos animais que precisam de referências. De saber o chão que pisamos e o que nos liga aos outros e ao mundo. E é por isso que festejamos os nossos aniversários e que, por exemplo, damos especial enfâse aos que acabam em "0" ou que são múltiplos de 5. Ou que criámos o "Dia Feliz" para assinalar o dia em que fazemos o mesmo número de anos que o dia do Mês em que nascemos.
São dias iguais aos outros na sua essência básica, mas que, por constragimentos sociais e psicológicos se revelam como dias especiais que nos levam a sentir emoções diferentes do resto dos dias que passam. E é o que se passa também com o fim do ano.
Tudo isto pode ser explicado pela psicologia e pela sociologia e como essa não é a minha formação, espero aprender mais algumas coisas ao longo da vida sobre este assunto.
E não se livram que eu faça um balanço do ano aqui...

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Joker

Já foi descoberta a verdadeira identidade do Joker (Curinga, tendo em atenção os nossos leitores Brasileiros, e especialmente as nossas leitoras Brasileiras) o grande inimigo do Batman.
Ora reparem lá no nariz, no lábio superior, nas orelhas e sobretudo no olhar demoníaco...



sexta-feira, dezembro 24, 2004

Feliz Natal

É mesmo assim... Chega a esta altura do ano e toca de desejar "a todos um bom Natal, a todos um bom Natal, que seja um bom Natal para todos nós", e trálálá e adiante...

Para mim, o Natal é a altura de reunião com a familia e com aqueles que nos são mais queridos. Se o pretexto para esta reunião é uma festa cristã, então assim seja (Amen). Temos a oportunidade de estar juntos e partilhar, sem pressas nem atropelos. E ainda ficamos com assunto para falar mal da família o resto do ano...

No meu caso, não acredito em Deus. Assim, não me sinto tocado por toda a área litúrgica do Natal. É claro que não deixo de ficar emocionado por todos os episódios biblícos tipicos desta quadra. Mas porque representam o que de bom há no espírito humano, e não como crente numa intervenção divina, que nos obriga a ser bonzinhos e tementes de algo superior.

No fundo, estes dias fazem-me voltar a acreditar na humanidade. A ter esperança que, dos seres inomináveis que nós somos, capazes das maiores barbaridades em nome da nossa vaidade, ainda possa surgir um Homem genuinamente bom. Um ser que se afaste de vez do animal e que se aproxime mais do racional. É esta a minha verdadeira Fé.

Feliz Natal!

Singalong

(Refrão)
A todos um Bom Natal
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Que seja um Bom Natal, para todos vós

No Natal pela manhã
Ouvem-se os sinos tocar
E há uma grande alegria, no ar

(Refrão)

Nesta manhã de Natal
Há em todos os países
Muitos milhões de meninos, felizes

(Refrão)

Vão aos saltos pela casa
Descalças ou em chinelas
Procurar suas prendas, tão belas

(Refrão)

Depois há danças de roda
As crianças dão as mãos
No Natal todos se sentem irmãos

(Refrão)

Se isto fosse verdade
Para todos os Meninos
Era bom ouvir os sinos tocar.

(Refrão)

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Parabéns

É bonito que um vulto desta grandeza no nosso panorama artistico chegue aos vinte anos de existência.

A irreverência, a fuga à vulgaridade e a recusa do sucesso fácil são as suas principais qualidades.

Nas suas músicas nota-se o esforço nos arranjos, na busca de um som diferente mas facilmente identificável. Os estilos adoptados, completamente diferentes de música para música, mostram também a sua qualidade enquanto instrumentistas de primeira água.

Como não podia deixar de ser, as letras das músicas, embora denotando sempre uma frescura e irreverência tipicamente suas, não deixam de ser autênticas obras poéticas.

Quem nunca se deixou embalar a ouvir "O Meu Bébé", ou seduzir por um "Gajo Muita Fixe" ? E que dizer dos avisos à navegação em "Drogado"? Já para não falar nos autênticos hinos que são "Boazona", "Baltazar", "A Titi fez um Tété" (verdadeira homenagem à Pós-Modernidade), "Sexo na Banheira" ou "Puta". E a canção que andou na boca de toda a gente: "Marilú".

É verdade. Os grandes Ena Pá 2000 fazem 20 anos.

A Vida Ultrapassa a Ficção

Segundo o Público:
"O "rapper" norte-americano Ol' Dirty Bastard, membro fundador dos Wu-Tang Clan, morreu devido a uma mistura de cocaína e Tramadol, um analgésico, de acordo com o relatório da autópsia revelado quarta-feira."

Será uma notícia que, embora trágica, não deixa de ser, infelizmente normal. Mais uma morte de alguém que suporta as luzes da ribalta à custa de ajudas químicas.

Mas já repararam no nome do medicamento? "Tramadol" ? Nem se eu quisesse (ou conseguisse) tinha inventado algo mais tentativamente hilariante. E o verdadeiro apelo para esta história é que é totalmente verdade.

O que verdadeiramente matou o rapper ODB foi mesmo o facto de não saber falar Portugês...

E pelos vistos, nem eu já sei.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Auto-Censura

Pronto, já sei que tenho de me controlar...

É feio bater em pessoas que não dão mais que isto.

Faço o compromisso solene de que não falo mais do governo.
Pelo menos enquanto me lembrar deste compromisso ou enquanto me for conveniente.

Digam lá que não aprendi alguma coisa com a política nestes últimos tempos...

Prémio "What's New?"

Neste Endereço:
http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1210899

Podem encontrar estas passagens:

"A secretária de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Sofia Galvão, corrigiu hoje a
sua declaração (...)"

"(...)Na sua intervenção inicial, a seguir à reunião do Conselho de Ministros, a secretária de Estado tinha afirmado, erradamente (...)"

Mas qual é a novidade? Com este governo já estamos habituados a isto todos os dias...

Disclaimer

O seu a seu dono.
O Post anterior foi-me gentilmente cedido por um colega de trabalho.
Sim porque o Gay não sou eu.

Stinking Gay Cat

Eles falam falam, Eles falam falam, mas ninguém me avia!

Diga lá outra vez?

Os membros do governo, e respectivos parlamentares realmente querem fazer de nós parvos.
Ainda ontem, num debate na SIC Notícias, apanhei com os insignes trauliteiros Guilherme Silva e Nuno Melo (sim, o da Comissão Parlamentar de Inquério à Tragédia de Camarate. "Não há Concidências"), a executar as mais inusitadas tarefas de guerrilha política, nomeadamente metralhando verbalmente e tentando desacreditar os argumentos dos elementos da oposição presentes através de constantes interrupções e bocas provocatórias.

Uma das ideias repetidas até à exaustão, para tentar que fique como uma verdade na cabeça de quem ouve, é a de que o PR não tinha razões para dissolver a AR. Pois, pois...
Com ao desgoverno existente no país, que alternativa existia? Demitir o governo?
Como se os grupos parlamentares da coligação governamental fossem indigitar outro PM...
A solução teria de ser exactamente a dissolução da AR.

Entre os queixumes próprios de Dulzons (está é do meu tempo) apresentaram como um dos argumentos para a boa governação a regularização das contas públicas e o controlo do défice. E que tiveram muito rigor e os outros é que foram maus e deixaram tudo de pantanas (Não esquecer que os orçamentos do PS foram aprovados ora com os votos do PSD ora do PP) e trálálá e trálálá...

Agora, como as contas foram muito rigorosas e bem feitas, para regularizar a situação, resultante dos últimos orçamentos, continuamos a receita milagrosa de vender o património público ao desbarato.
Agora, já despido do manto diáfano da hasta pública, vamos vender aos amigos que não queiram gastar muito dinheiro.
http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1210882&idCanal=57

As empresas públicas estão quase todas privatizadas (mesmo as lucrativas... pois....).
As instalações da GNR que foram desocupadas também foram vendidas. Mas ainda há coisas para vender...
Só me pergunto o que vai acontecer quando não houver mais nada. Talvez aí se comece a pensar a governar com o pensamento no futuro e não daqui a 6 meses.

terça-feira, dezembro 14, 2004

Expressões Populares II

Estou lixado com f grande...

Um parente lembrou-se de enviar uma embalagem de presentes de natal para os meus miúdos. Até aqui tudo bem, agradeço a lembrança.

Primeiro, pelos vistos, o pacote pesa uns 6 quilos. Depois vem em correio registado.

Mais uma vez tudo bem, é mais que uma lembrança... E vem enviado com segurança, para o caso de um extravio.

Agora, o que se passa a seguir é que é transcendental.

Veio em correio registado mas em nome do meu filho mais novo... Que tem 4 meses e meio...

Agora pergunto-me eu como levantar uma encomenda registada e dirigida a alguém que não tem BI e mais nenhum documento, e nem sabe o que é a escrita (essa maravilhosa invenção) ?

Lá tenho eu de ir pedinchar aos correios, e apelar à boa vontade dos funcionários. Que não são obrigados a dar-me a encomenda. Vou ter de depender da boa vontade de estranhos como a Blanche DuBois (façam lá uma pesquisa de quem é, para ver se aprendem alguma coisa e ainda possam vir a ganhar o Quem Quer Ser Milionário) ...

O que me salva é que felizmente vivemos num país de terceiro mundo, que, como tal, tem sempre a tendência para o facilitismo.

Há-de haver alguém que me vai "fazer o jeitinho".


segunda-feira, dezembro 13, 2004

Posts Pedidos

Devido ao insistente pedido de um amigo meu, a partir de agora vou incluir nos assuntos possíveis para posts, um que me interessa desde sempre, e que deve estar sempre na mente de qualquer homem que se preze:

GAJAS

Portanto, fiquem atentos, pode ser que aprendam qualquer coisa.

Orgulho

Já sei que o orgulho é um pecado mortal, mas experimentem pesquisar no Google ou no Sapo por "matrecos".

Viram? Viram?

Estou tão contente como se o meu clube tivesse ganho ontem a Taça Intercontinental... ou como se os Lampiões tivessem levado quatro pastéis.

Vivaaaaaaaaa!!!!!!

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Desvio de Atenções

Com a caída em descrédito do governo ppd/psd-cds/pp (ainda falam das siglas de esquerda, mas esta pede meças a qualquer mdp/cde ou pcp/ml), urge separar as águas e divulgar qual o melhor partido da coligação.

Vai daí, surge o insigne Nuno Melo, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate (sic), divulgar oportunamente (logo nos dias seguintes à bomba atómica presidencial) as conclusões da Comissão.

Ora, temos um deputado do cds/pp a brilhar, honrando a memória de um ministro do cds (na altura ainda não pp), morto, na defesa da honestidade e da transparência da governação, contra os poderes ocultos do capital estangeiro.

Por outro lado, temos a continuada propaganda sobre o ministro Portas, de que será, segundo o jornalismo especializado (ou deverei dizer amestrado?), o melhor ministro da defesa depois do vinte e cinco de abril...

Isto se Amaro da Costa não tivesse morrido tragicamente no acidente de Camarate, claro. Porque um pai fundador é sempre um pai fundador. E nisto de pais fundadores há sempre que respeitar a sua sombra...

Mitos Desfeitos

O nosso futuro ex-primeiro-ministro (que duvido tenha alguma vez percebido que era de facto primeiro-ministro), arrisca-se a completar rapidamente a colecção de cromos "Os meus desastres".

Depois das asneiras em Lisboa, e dos sucessivos disparates do bando de rapazes que pensou que podia formar um governo, agora surgiram alguns cromos mais antigos, que se julgava já perdidos na bruma dos tempos.

Então não é que o mito da boa gestão na Figueira da Foz se arrisca a ser desfeito? Afinal, existiram algumas irregularidades nas contas do municipío...

http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1210425&idCanal=12

quarta-feira, novembro 10, 2004

Democracia

Esta é a democracia que se implantou no Afeganistão...

http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1208055

Cheirinhos

Ai que Cheirinho tem o Lindo Caldo Verde
que tu trazes nos teus Olhos,
Ai que Cheirinho tem o Alecrim da Esperança
que tu me atiras aos Molhos,
Ai que Cheirinho têm as roupas de Linho
que tu estendes nas Janelas,
Ai que Cheirinho, gosto mais de Amor contigo
do que das Iscas com Elas.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Graceland

losing love
Is like a window in your heart
Everybody sees you’re blown apart
Everybody sees the wind blow

sexta-feira, outubro 22, 2004

Levolucionálio

O anúncio do BP Ultimate nas paragens dos autocarros reza mais ou menos assim:
"Para ter mais motor não troque de carro. Escolha BP Ultimate"

Verdadeiramente um passo em frente na tecnologia.
O BP Ultimate é o primeiro combustível que incorpora peças para aumentar o tamanho do motor.

quinta-feira, outubro 21, 2004

Índia

Índia, seus cabelos nos ombros caídos,
Negros como a noite que não tem luar,
Seus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse seu olhar.
Índia da pele morena
Sua boca pequena eu quero beijar!

Índia, sangue tupi,
Tem o cheiro da flor,
Vem que eu quero lhe dar
Todo o meu grande amor.

Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-lhe adeus,
Fica nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos seus.
Índia levarei saudades
Da felicidade que você me deu.

Índia a sua imagem
Sempre comigo vai
Dentro do meu coração,
Flor do meu Paraguai!

quarta-feira, outubro 20, 2004

I can see clearly now, the rain is gone

Ontem, com o temporal que se abateu sobre a região de Lisboa, já estava à espera de passar algum tempo mais do que o normal no trânsito.
Isto implica que ouvi um pouco mais de rádios do que o habitual, porque fico facilmente aborrecido com 10 ou 15 minutos da mesma rádio e estou sempre à procura de assuntos ou músicas mais interessantes. Digamos que, no automóvel, pratico incessantemente o zapping radiofónico. Especialmente desde que existem os comandos de rádio no volante do carro, que facilitam muito a tarefa.

Para dar uma ideia do meu desespero, ontem até passei pela Rádio Baía, pela Rádio Mais ou pela Miramar... Claro que só o tempo de dar o um toque no botão de search. Se me perguntarem só confesso que estive a ouvir um pouco o programa em Russo do final de tarde da Rádio Mais. Que bonita língua, o Russo...

Achei engraçado e original que ontem, entre os meus zappings, tenha ouvido umas 150 vezes a música do nescafé... E sempre com a justificação da chuva.

O mais irónico é que, ao contrário da música, a chuva ainda não tinha passado.

Infame

- Porque é que o Batman colocou o Batmóvel no seguro?
- Porque tem medo que o robin.

- Como é que o Batman, abre a porta da Batcaverna para entrar com o Batmóvel?
- Bataspalmas

- O que é que o Batman diz ao Robin quando estão a chegar a Gotham City?
- "Robin, estamos a chegar a Gotham City."

(agora passe a ler com sotaque brasileiro, se possível)
- Porque é que as vacas argentinas passam o tempo a olhar para o céu?
- Porque lá tem "boi nos ares".
(fim do sotaque brasileiro)

Pois é.... Isto é que são piadas Infames.
É o que dá ouvir a Rádio Renanscença no desespero do trânsito de um dia de chuva...

Depois não digam que não os avisei.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Islândia

Conversa entre dois amigos:

- Gostava muito de ir à Islândia. Parece que tem uma malta nova muito culta e activa. E dizem que tem uma grande noite.

- Sim, sim. Dura seis meses.

Português Correcto

Existe uma coisa que me irrita profundamente já à algum tempo.
Pelo meio dos pontapés na nossa língua que oiço regularmente na comunicação social, há um que me toca particularmente. É a deturpação do plural.
Como exemplo, já ouvi (ou li) "tivemos fulano x e fulano y a acompanharem fulano de Z" ou então "levaram os militantes a mudarem de posição" ou ainda “as pessoas foram obrigadas a saírem de suas casas"...

Erros Crassos...
Ora estes são erros muito comuns na comunicação social. Não duvido que, com a disseminação do erro, este se torne uma regra. Mas por agora as expressões correctas serão: “acompanhar”, “mudar” e “sair”. Porque, muito embora estejamos a falar de um grupo, nestes casos não se usa o plural no verbo.

Vamos lá a falar bem português... com juizinhosszszszszszszszszs



quinta-feira, outubro 14, 2004

Anacronismos

Serei só eu a achar isto ou o novo Boneco do 123 (tal como o logotipo) parece saído directamente de uma viagem no tempo aos anos 80?
Se calhar não havia verba para pagar a uma firma de design e foram abrir uma gaveta de algum colega posto na prateleira e ainda lá estavam uns desenhos... Por debaixo de uma camada de pó.

Já para não falar da recuperação do João Baião como humorista, que é outro anacronismo...

Parecenças

Já repararam como a Alberta Marques Fernandes (Jornal 2:) está cada vez mais parecida com a MMG ? O penteado, a pose agressiva... É assustador...

Sobretudo porque o telejornal da antiga RTP 2 era o melhor espaço noticioso da televisão Portuguesa, com muito tempo para ouvir os especialistas sobre variados assuntos, e agora tornou-se algo sensaborão (e com um cenário péssimo), onde já não se aprende tanto.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Expressões Populares I

Hoje de manhã, saí de debaixo do Edredon e fiquei gelado.
Tomei o duche matinal, com a água bem quente, como ainda não tinha feito desde a primavera.
Fiquei irritado com o frio...
Raios Partam Isto!

Hábitos

De manhã, costumo apertar a gravata em frente à janela da sala, em vez de utilizar o espelho, aproveitando um pouco do reflexo. É uma janela alta, que vem do chão até à altura de uma janela normal, e que, como tal, tem uma boa visibilidade para a rua.
Sinceramente prefiro assim. Pode ser que esteja a fugir da minha imagem, porque o reflexo na janela é menos nítido, e permite abstrair-me de mim, excepto no objectivo pretendido.
Em vez de olhar para mim, olho para o exterior. Gosto deste hábito. Permite-me sentir o acordar do mundo à minha volta e integrar-me por antecipação no espaço exterior.
Para além de ver como está o tempo e bisbilhotar os vizinhos que saem primeiro que eu...

quinta-feira, outubro 07, 2004

Populismo

Residência oficial do PM. Equipada com uma rampa provisória para permitir à comitiva de regresso dos jogos paralímpicos um mais fácil acesso ao seu interior, ao contrário do encontro no mesmo local antes da ida. Discurso de preocupação do PM, colocando os problemas dos acessos dos deficientes no nível mais alto de preocupação do estado. Correcção. Ao nível dos assuntos mais importantes do estado. Muitos sorrisos. PM acompanha a saída da comitiva, empurrando a cadeira de rodas de um atleta medalhado, no meio de uma quantidade apreciável de repórteres registando o acontecimento.

PCP, LD, MBR

Na terça à noite, no seguimento das notícias sobre a decisão de Carlos Carvalhas deixar o cargo mais mediático do PCP (depois do desaparecimento de João Amaral), estive a ver, na SIC Notícias, os marretas, ou seja, em bom comunismo (já que estamos a falar do PCP), as correias de transmissão dos monopólios económicos. Estou a falar de LD (sisuda e sinistra figura) e de MBR (que tem pelo menos a preocupação de utilizar como disfarce um aspecto mais bonacheirão e bem disposto).

Por norma não costumo prestar atenção a estes dois papagaios do sistema, mas desta vez queria saber o que iriam dizer, por um mórbido sentimento que nós temos enquanto coltura lusa. Sim, eu estava à espera de ver sangue a escorrer pela boca destes dois senhores enquanto se banqueteavam com o festim de um partido moribundo e (agora) sem líder.

No entanto, fiquei assustado. Dei por mim a concordar com o que eles diziam. Quando esperava uma crítica cerrada, sentenças de morte anunciada ou acusações aos ortodoxos de falta de democracia interna, apanhei com comentários ponderados, calmos e discernidos sobre as diferenças entre o PC e os outros partidos, a ponderação das decisões internas ou o processo colectivo de tomada de decisão.

Foi muito aborrecido. O dia até nem tinha corrido bem, e queria algo que me obrigasse a pensar em sentido contrário, em argumentar, mas ficar por aí. Por razões óbvias, dei por mim preocupado com esta súbita trégua em relação ao PC. Vai dar-me muito que pensar.

Claro que o facto de eu concordar com LD ou MBR não significa que não tenham continuado a dizer coisas que qualquer pessoa com dois dedos de testa poderia pensar por si própria (sim, eu já tinha pensado nisso), mas isso é um mal actual. Estamos a cultivar a guruzização da sociedade.

What I Am to You

When I look in your eyesI can feel the butterflies
I love you when you're blue
Tell me darlin' true
What am I to you

sexta-feira, outubro 01, 2004

Sorte

Para quem lê este blog (estou mesmo convencido que há pessoas que já lêem isto...) e não gosta de ouvir falar de futebol, vão lá fazer os vossos estudos bíblicos e não percam tempo .

Ontem assisti radiofonicamente a um momento de poesia. Ainda mais exacerbante porque quem o disse não fez ideia do que disse. Foi mesmo intervenção divina (voltem , que isto afinal ainda pode ser interessante como estudo bíblico).
Taça UEFA, Braga-Hearts, golo de João Tomás (como o que marcou na Luz, mas desta vez não foi anulado).
O relatador, depois da explosão de alegria, passa a palavra ao repórter de campo para uma descrição mais à flor da relva. Ao que sai esta pérola:

“João Tomás teve o mérito de ter a sorte de estar no sítio certo.”

Dirá logo o mais desprevenido (como eu, logo a seguir a ouvir isto): “se é mérito é mérito, tem intervenção do sujeito, se é sorte é sorte, e veio-lhe parar a bola aos pézinhos”

Ora isto é só é tão somente riscar a superfície vidrada do acontecimento com uma unha encravada. Se a riscarmos com um diamante, podemos, (para além de partir a dita superfície vidrada), descobrir algo mais profundo, mais filosófico, mais estapafúrdio. Ora vejamos:

Segundo esta frase, a sorte advém do mérito do sujeito que pratica a acção. Ou seja, para ter sorte há que trabalhar por ela. Há que a merecer.
O que nos leva a deduzir que há alguma entidade, que avalia as acções de cada um e regulamenta a quantidade de sorte a distribuir por cada uma das pessoas que, meritoriamente, diga-se de passagem, trabalham por ela. Alguma ERDS – Entidade Reguladora da Distribuição de Sorte.

A função dessa entidade será verificar quais os elementos da sociedade que mais trabalham para ter sorte, e fornecê-la em doses aceitáveis. É claro que existem casos em que parece que não existe a ERDS, mas, como qualquer entidade pública que se preze, nesta também existirão cunhas, pressões, lobbies ou embirrações que as justificam.

Aí está um trabalho que será pouco apetecível. Embora seja funcionalismo público, e, como definição, só trabalhem aqueles que estão a prazo. Agora, quem trabalhar na ERDS nunca poderá ter sorte na vida. Mesmo que a mereça. Porque seria um óbvio caso de favorecimento em causa própria.

Nós, comuns mortais, vivemos sempre na ilusão de que poderá existir uma centelha de sorte nas nossas vidas. Ou, já sabendo desta teoria, que podemos melhorar as condições para ter alguma sorte.

Agora estas tristes criaturas, prosseguem na sua labuta, sabendo sempre que a sua vida nunca será pontuada por um “oh” ou um “ah” de surpresa, ou de espanto. Serão portanto os funcionários da ERDS, a nível mundial, recrutados entre os habitantes da Coreia do Norte, país em que a população já deixou de saber o que significa a palavra sorte (para além de outras palavras como comida, chocolate, felicidade, sorriso e estrangeiro).

Ora os funcionários da ERDS só têm acontecimentos surpreendentes, quando os seus colegas funcionários da ERDA (Entidade Reguladora da Distribuição de Azar) lhes resolvem pregar partidas. Como foi o caso de colocar o barrilito de óculos no lugar do pai.

O nome desta segunda organização já deu origem a uma infinidade de expressões. Quando o povo tinha azar dizia: “aqui houve Mãozinha da Entidade Reguladora da Distribuição de Azar”. Como falar com siglas poupa tempo e saliva, surgiu o conhecido: “aqui houve MERDA”.

Ainda dizem que o futebol não dá que pensar...

O que podem é continuar a dizer que a partir do futebol não sai nada de jeito, isso podem.

Governo espanhol aprova hoje casamentos homossexuais

Conforme o que se pode ler aqui, “O Conselho de Ministros espanhol está esta manhã a discutir o anteprojecto de lei que vai consagrar as uniões homossexuais”

Realmente ainda há governos com os “cojones” no sítio. E este governo espanhol já o demonstrou mais do que uma vez.

Uma declaração (retirada do mesmo artigo), de José Rodríguez Zapatero:

O primeiro-ministro espanhol explica que tem "um grande respeito pela Igreja Católica e pelas outras confissões religiosas", mas acredita que "uma sociedade é sobretudo um colectivo civil feito de valores públicos, onde as crenças religiosas não podem impor-se".

¿Que hay que decir? Simplemente esto:


Muy Bien.


quarta-feira, setembro 29, 2004

Orelhas

Já repararam como o Tony Blair e o Principe Carlos são tão dotados de apêndices auditivos? São os José Rodrigues dos Santos ingleses. Com a vantagem de que não são lampiões.

Jogo do Carro

Hoje ouvi na rádio (sim, enquanto estava a tentar fugir ao Fórum da Antena1) que a Renascença anda a oferecer carros. Para ganhar um carro só é necessário que se tenha colado no vidro do carro um autocolante da própria rádio. Isto levou-me a uma curiosa reflexão (e quase a bater no #?!$%& do carro que se armou em fangio e se tentou meter à minha frente). Uma reflexão inútil, mas mesmo assim uma reflexão.

Quer dizer que é necessário já ter carro para ganhar outro carro. Isto é muito curioso. Pensarão que é uma forma de discriminação, mas não. É uma forma de controlar a sinistralidade. E por duas ordens de razões:

Com a qualidade (ehehe, qualidade...) dos ouvintes da RR, e começando a distribuir carros novos, por aqueles que normalmente não conduzem, iriam ser introduzido (mais) um factor de destabilização rodoviária bastante significativo. Se, por um lado, iriam aumentar as donas de casa a andar a 30 à hora na auto-estrada, por outro iriam aumentar os acidentes provocados por condutores distraídos a limpar o pavilhão auditivo com a unhacra do dedo mindinho. Assim, previne-se um número significativo de acidentes rodoviários.

Além disso, como 90% dos tipos que ouvem a renascença, e têm a coragem de estragar a sua viatura com um autocolante, devem ter um datsun, um vauxhall viva ou um corsa dos antigos, também é uma forma de modernizar o parque automovel da nação.

Ora digam lá se isto não é um serviço público melhor que a própria Antena 1? Estão a pensar na nossa segurança, sim Senhor. Esta é a qualidade a que a RR nos habituou, no seguimento aliás, das anedotas matinais do António Sala (que nunca ofenderam ninguém, tirando os alentejanos).

Para aumentar o interesse dos programas em que entregam os carros, os meninos e meninas da RR fazem-se transportar (e isto não é piada) pela PSP ou GNR, para obrigar as vítimas do concurso a parar.
Grandes histórias devem ter sido já contadas nas emissões, sobre o que pensaram os condutores depois de serem parados pelas autoridades e antes de saberem do que se tratava...
Grandes histórias sim senhor...

Felizmente nunca ouvi nenhuma.

terça-feira, setembro 28, 2004

Deslizes

Ontem ouvi no rádio o presidente do Beira Mar a falar da rescisão com o treinador Inglês, Mick Wadsworth. A certa altura ele sai-se com esta:

"O Shô Mique"

Tradução: "O Senhor Mick"

Elucidativo...

Fórunite Aguda

Passo-me com certas coisas que oiço ou que vejo. E tenho ódios privados. E manias.
Neste momento ando numa cruzada contra os fóruns. Sim, contra essas coisas execráveis que não me deixam ouvir as rádios que quero, a todas as horas que quero. Que não me permitem ouvir a TSF à noite, sem ter de ouvir uma cambada de palhaços que não tem mais que fazer do que discutir todos os dias as mesmas coisas sobre futebol. Que não me permitem ouvir nenhuma rádio de referência a partir das 10 da manhã no carro, porque vai começar o Fórum. Está certo que se ainda estou no carro a essa hora, é porque estou atrasado, mas acho que não mereço um castigo assim tão grande...

É arrepiante estar a ouvir rádio a essas horas, porque apanhamos com todas as chamadas opiniões de aqueles que àquela hora estão ansiosamente à espera para começar a marcar furiosamente o número de telefone, de modo a poderem dar sentido a uma existência cinzenta... Parece que os estou a ver. “Já que na família ninguém me liga, pelo menos assim posso dizer mal do governo”. Donas de casa, desempregad@s, taxistas, camionistas... E já se sabe com o nosso nível educativo, o que podemos esperar das opiniões populares.... Se for para dizer mal, mata. Se for para dizer bem, ama. Se não tiveres opinião, inventa. Não sem antes baixar o volume do rádio por causa do fio-de-beque e dizer que se gosta muito do programa. Pudera.

Estão na moda os fóruns. Está na moda a “interactividade”. Mas a que custo... O que sofrem os apresentadores e comentadores dos fóruns com o que têm de ouvir, é dose. Será que existe um subsidio de risco para apresentar programas de opinião pública? Se, pela rádio, só se percebe o enfado de algum moderador pelo “seja breve”, ou pelo mais drástico “temos de passar ao ouvinte seguinte”, na televisão é diferente. São precisos verdadeiros actores para mostrar uma cara neutra, perante as baboseiras que se discorrem. Sem rir, ou mesmo chorar.

O problema não está em emitir opinião sobre um assunto. O problema está em quem emite opinião. Não se pode querer que a D. Gertrudes, que é dona de casa e por acaso estava na pausa entre aspirar o chão e ir fazer o almoço para o Fonseca saiba o suficiente de relações internacionais para opinar sobre o conflito da chechenia, sem ser o tradicional “ coitados dos inocentes, etc, etc ”. É uma opinião sincera, mas serve para quê?

Se quiserem alargar a opinião, dêem-se ao trabalho de compilar uma lista de especialistas que garantam uma pluralidade de opiniões sobre cada assunto.

Porque é certo que as opiniões que existem nos media correspondem à voz de interesses instalados... De certeza que vou voltar a falar sobre os media noutra altura.

Por agora estou satisfeito. Já tirei isto do sistema. Até já.

Definição

Matrecos - Remates, Fintas e algumas Defesas. Sem colocar a mão no óleo.