segunda-feira, janeiro 16, 2006

Escutas

O caso das escutas telefónicas para mim vem provar que os adeptos da teoria da conspiração andam muito perto da realidade. Se é fácil controlar os movimentos e comunicações dos mais altos cargos de um país, é de facto muito fácil controlar a vida do comum cidadão.

1984 já passou, mas para lá caminhamos...

Media Power

Nunca vi uma campanha eleitoral tão subtilmente orquestrada pela comunicação social como estas presidenciais.

Na nossa sociedade a comunicação social é a arma mais poderosa de instrumentalização de opiniões. Constrói e destrói reputações, carreiras, presidentes de câmara, deputados, governos e até presidentes da república.

Para quê votar? Vou é arranjar dinheiro para comprar a SIC Notícias...

sábado, janeiro 14, 2006

Entrocamento II

Depois de ver um episódio de uma novela da TVI, descobri que o Alvor, no Algarve é um verdadeiro lugar de fenómenos...

Em primeiro lugar, num lugar que não deve ser muito grande, descobri que está um sol radioso durante todo o dia, excepto numa cena de exteriores em que chove.... Deve ser um microclima na porta de um hotel...

Depois, há um habitante da terra que tem a espantosa capacidade de, sendo um dos principais protagonistas da história, estar em dois sítios distintos ao mesmo tempo, fazendo figura de corpo presente em ambos..

No Alvor também ocorre o fenómeno interessante de após já ter anoitecido no exterior, continuar a entrar uma luz solar radiosa pelas janelas de todas as casas. É uma enorme poupança energética...

E depois ainda achamos que as nossas novelas estão ao nível das brasileiras.... bahhh

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Negociatas

A maior empresa portuguesa do ramo da energia (EDP) tem como accionista uma empresa espanhola (IberDrola) sua directa concorrente, cuja subsidiária portuguesa é presidida por um deputado (Pina Moura) do partido do governo (PS).

Os accionistas privados da EDP escolhem para Administrador Executivo um antigo ministro (António Mexia), ligado a um partido da oposição (PSD), conhecido por ser amigo muito próximo de Pina Moura.

Mas Mexia não é só conhecido por ser amigo de Moura. Também é conhecido por, no seu tempo de administrador da maior empresa do ramo petrolífero (GALP), ter tentado trocar as participações da GALP no petróleo Angolano pela compra de novas bombas de gasolina em Espanha. Ou seja, trocar uma posição privilegiada no acesso à matéria-prima mais cobiçada no mundo, por uma posição ainda mais dependente no final da linha de transformação.

Suponho que com negócios destes também na EDP, Mexia continue a ser um excelente amigo. Mas não dos interesses do seu país.

Já no governo eleito pelo presidente Sampaio após o abandono do primeiro-ministro maoísta (Durão Barroso), um colega de governo de Mexia estando na pasta da Finanças (Bagão Félix) já depois de ter sido consultor do maior banco privado nacional (BCP), instruiu o Banco do estado (CGD) a trocar os seus 12 % de participação no BCP pela compra da Seguros e Pensões (seguradora Império Bonança, Seguro Directo, entre outras). Todo o ramo de seguros do BCP? Não. Apenas algumas áreas menos lucrativas, não incluíndo por exemplo o ramo vida.

Outro bom negócio para o estado foi a adjudicação directa dos depósitos judiciais para o BCP, com a consulta posterior dos restantes bancos privados e a não consulta do anterior titular desse serviço. Adivinharam, a CGD. Mais uma vez o estado alienou-se de património a favor de uma empresa privada. Curiosamente a mesma que tinha sido empregadora de um dos ministros mais influentes do governo da altura.

No estado, existe um número incessante de histórias de delapidação do nosso património. Existe uma classe política praticamente fundida com as empresas privadas, que usa o estado para o lucro. São eleitos com o seu dinheiro, e permitem que essas empresas lucrem com o investimento. Entrámos num cliclo vicioso.
Um ciclo em que saímos quase todos a perder, mas em que existe um grupo que sai sempre a ganhar.

O que mais me choca nestas negociatas é que esta é a geração da liberdade. São aqueles que no 25 de Abril tinham entre 15 a 20 anos. São aqueles que ,na sua maioria, festejaram a possibilidade de um futuro melhor para todos. Que pregaram a solidariedade e a igualdade.

Afinal são chico-espertos. Continuamos bem arranjados.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Sharon

Enquanto escrevo este post, ouço a notícia do preocupante estado de saúde de Ariel Sharon. Segundo os prognósticos mais pessimistas, parece que não haverá recuperação das hemorragias cerebrais sofridas.

Sharon começou por ser para mim uma certeza de que não haveria paz entre Israel e a Palestina durante algum tempo. No entanto, com a evolução da sua governação compreendi que talvez no velho falcão de guerra houvesse uma centelha de paz. Depois de vários acontecimentos, entre os quais a retirada dos colonatos e também a situação de alívio de tensão motivada pela morte de Arafat, comecei a ficar esperançado numa nova vida para um processo de paz para a região.

Com a sua saída do Likud, e a formação de um novo partido com Shimon Perez (o “Kadima” - "Adiante"), fiquei verdadeiramente esperançado que existiria de facto um caminho para a paz.

Agora, sinto algo de semelhante ao assassinato de Rabin. Se na altura o sentimento foi de raiva por um acto estúpido contra alguém que lutava pela paz, agora o sentimento é de desilusão. O que se seguirá? Existirá alguém que possa pegar no processo de paz e levá-lo a um destino que todos desejamos?

Se é certo que as grandes conquistas dos povos se fazem através da sua vontade colectiva, não é menos verdade que são sempre necessários líderes capazes de indicar o caminho e fazer-se seguir. Rabin e Sharon pertencem a esse grupo. Espero que sejam seguidos.

Gato escondido...

Segundo Cavaco Silva, "Nenhum partido financia a minha campanha. São os portugueses e muitas vezes o povo simples que, dirigindo-se à minha sede, dizem que querem ajudar".

O que quer dizer que são as viúvas reformadas, os pobrezinhos e os remediados que completaram os mais de 2 milhões de euros de donativos de «pessoas singulares» da sua campanha...

Também é verdade que os donos das grandes empresas e os detentores de grandes fortunas não deixam de ser portugueses....

É o que se chama ir directamente à fonte...

Moderação

O opção de moderação foi retirada.

A comissão de censura entretanto criada, foi dissolvida.

Obrigado.