segunda-feira, outubro 25, 2010

WikiLeaks

Vi aqui uma entrevista com o líder do WikiLeaks, o Australiano Julian Assange. Entrevista muito interessante, sobre os métodos do que se pode chamar um novo tipo de jornalismo. Um verdadeiro jornalismo de investigação, pelo menos aparentemente independente de interesses exteriores.
Pelo que nos é dado ler, a WikiLeaks tem contribuído para desmascarar casos de abusos em todo o mundo, especialmente praticados pelos mais poderosos.
Muito esclarecedor é a forma como Assange divide o mundo em 3 blocos "imperiais" de fornecedores de informação e de armamento. EUA, Rússia e China. e como todos os países, por forma a manter-se, devem manter-se numa destas órbitas. É uma nova definição de impérios, não baseada em posse do território, mas na posse de informação militar.
No que respeita à definição de jornalismo, é confirmada a minha ideia de que, nos media tradicionais, o jornalismo de investigação foi completamente abandonado por medo das represálias jurídicas. Criou-se um clima de que não vale a pena investigar os assuntos a fundo, por medo dos processos em tribunal.
E principalmente que actualmente os media são principalmente consumidores das notícias fornecidas por centrais de comunicação (estatais ou não), que fornecem as notícias que querem que sejam divulgadas, dentro dos seus interesses. O que pensamos ser trabalhos de jornalismo, são apenas cópias de informações já selecionadas e pré-escritas. Sempre com o beneplácito das direcções de informação e, claro, com a aprovação dos interesses económicos que os financiam.
Mas melhor do que eu possa dizer, o melhor é mesmo ler a entrevista.

quinta-feira, outubro 14, 2010

Viva Chile, Mierda!

O resgate dos mineiros Chilenos é, para mim, uma história de renovação na crença no ser humano.
A forma como os mineiros se conseguiram organizar numa situação de desespero quase total, concertando vontades e apoiando-se para sobreviver naquelas condições é inspiradora. É um exemplo para todos nós que, mesmo nas situações mais críticas, se mantivermos a calma, conseguimos chegar aos nossos objectivos. Pessoas com personalidades vincadas e bem diferentes, souberam unir-se sob uma liderança forte e sobreviveram.
Ainda me ocorre que, o facto de este acontecimento ocorrer num país Sul Americano, de língua espanhola, poderia levar a pensar que as coisas iriam ser tratadas com desorganização. Imaginava-se já o desdém com que iam ser tratadas as acções a tomar pelas autoridades Chilenas, até porque toda a situação se verificou porque a própria minha funcionava à margem das regras elementares de segurança.
No entanto, o Chile revelou-se como um país evoluído. Deverá ser, em termos económicos e sociais, o país mais evoluído da América do Sul. Arrisco-me a dizer que se compara a um mediano país europeu.
E isso verificou-se na organização dos seus técnicos para resolver esta crise. E já se tinha verificado no sismo e tsunami verificados antes.
Conjugando o que tinham com o apoio de outros países (EUA ou Áustria por exemplo), foi possível criar uma solução que permitiu um final feliz. Não houve medo de apostar nos recursos internos, mas também não houve problema em aceitar a ajuda exterior. Isto é típico de um povo sem complexos,mesmo que não seja o que esperaríamos de um pais hispânico...