quarta-feira, setembro 24, 2008

Brincadeiras de Criança

Cada vez mais me convenço que a política actual é uma brincadeira de crianças crescidas. Como exemplo desta certeza, tenho agora o caso da discussão no parlamento do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Para o PS, como o assunto não foi iniciado por eles e não está na agenda que eles definiram, não deve ser debatido. E como eles não andam a reboque de ninguém, não vão debater o assunto nem tecer mais comentários.

Ora digam lá se isto não é atitude típica de um menino mimado? Como não foram eles a iniciar a brincadeira, já não brincam.

Estamos entregues a isto? Então e a legitimidade que todos os grupos parlamentares têm, enquanto representantes eleitos do povo português, de apresentar propostas de lei para discussão no parlamento? Como podemos ter democracia real se os principais partidos insistem em tratar a democracia a pontapés? Depois queixem-se que as pessoas não se interessam por politica. Depois queixem-se quando já ninguém votar e vier um extremistazeco qualquer tomar o poder por via eleitoral.

P.S.1: Quem teve a brilhante ideia de sugerir um referendo sobre este assunto? Já não se lembram do fracasso dos outros referendos em termos de participação popular? Enquanto não mostrarem que vale a pena, as pessoas não vão votar em referendos.

P.S.2: Como vai votar Paulo Portas esta lei? Porque é que quando chegam estes assuntos, ninguém o questiona directamente? Ele tem sempre tanto para dizer sobre tudo. Ou sobretudo nesta matéria não terá nada para dizer?

Obrigado

Já descobri quem são os dois leitores do Matrecos. E fiquei bastante surpreendido. Então não é que os meus pais ficaram interessados no que eu ando a escrever?

Já viram, queridos papás? Andaram vocês a criar um filho para isto...

Mas agradeço o vosso interesse no que ando para aqui a escrever. E continuem por aqui, pode ser que leiam nas entrelinhas algumas coisas que reconheçam como vossas.

sábado, setembro 20, 2008

Paradigma

As falências das empresas financeiras ocorridas nas últimas semanas, que obrigaram à intervenção efectiva do estado Norte Americano, bem como a injecção massiva de capitais efectuada em conjunto pelos bancos centrais Americano, Japonês e Europeu, comprovam que o capitalismo dito "selvagem", de regulação exclusiva pelo mercado, não é solução para a sociedade.
Como sempre, e é da natureza humana sermos assim, fomos do 8 ao 80. Com a falência do estado socialista, ultra-controlador em termos económicos, apressou-se o ocidente a venerar o capitalismo puro, sem qualquer controlo do estado, como o novo graal de uma sociedade perfeita.
Esqueceram-se no entanto de que há um factor na natureza humana (e que foi o mesmo factor que não permitiu que o socialismo triunfasse) que não é controlável. Dito em termos simples, esse factor chama-se ambição. Mas também se pode chamar avidez ou ganância.
O facto é que os líderes das maiores empresas mundiais têm apenas o lucro como meta. É assim tão simples. Por muitas operações de cosmética que façam, não é crível nem expectável que tenham qualquer preocupação com a sociedade à sua volta.
Por isso é importante a intervenção e a regulação do estado, de modo a que o mercado não se canibalize, como tem vindo a acontecer nos últimos tempos. Sendo o estado a representação desejável da população, deverá zelar para que o interesse de uns poucos não se sobreponha às necessidades da maioria.

quinta-feira, setembro 11, 2008

É preciso lata

Quando se unem construtores e advogados, só pode dar em miséria ética.

No caso do desabamento de um prédio esta semana em Braga, causador da morte a três trabalhadores, verificou-se agora que este estava identificado como um edifício de risco há 7 anos, não tendo sido efectuadas quaisquer obras pelo proprietário.

Apressou-se logo o advogado do construtor responsável pela obra a afirmar que assim ficava provado que o responsável pelas obras não tinha qualquer responsabilidade no sucedido.

Só apetece dizer "Como é que é?". Então o responsável de obra não tem de verificar das condições de segurança para os seus empregados? Ou é só enviá-los à sua sorte, e seja o que Deus quiser?

Por estas razões é que continuamos a ser um dos países da Europa com pior índice de acidentes no trabalho. O que importa é ganhar dinheiro. Quando acontece alguma coisa, há que tentar escapar a todo o custo. Continuamos a ser do terceiro mundo naquilo que importa, incluindo o respeito pelo próximo.

Astúrias Atrasadas

A Ingrid Betancourt foi atribuído o Prémio Príncipe das Astúrias, depois de estar cativa por mais de seis anos junto das FARC.

Sendo o objectivo deste prémio chamar a atenção para "todos aqueles no mundo que estão privados de liberdade devido à defesa dos direitos humanos", não teria sido uma acção mais meritória ter-lhe atribuído o prémio enquanto ela estava presa? Pelo menos teria servido para divulgar mais a sua situação. Penso que agora é fácil atribuir o prémio.

sábado, setembro 06, 2008

Coming of age

Esta noite queria estar na festa do Avante a comer petiscos e a beber copos. Ao invés tive de ir a uma reunião do condominio e falar de coisas chatas como orçamentos, despesas e receitas.
Não dei conta quando as responsabilidades do adulto ganharam prioridade face ao resto...