terça-feira, agosto 14, 2007

Nixon e Kissinger

O livro "Nixon and Kissinger: Partners in Power" (editado em Maio deste ano) conta-nos a relação entre o presidente Nixon e o seu principal conselheiro Henry Kissinger.

Especialmente interessante é a parte em que é versada a guerra do Vietname, nomeadamente o facto de que se sabia de antemão que a guerra era inviável e que não seria possível aos EUA ganhá-la. Mesmo assim, e por força de se saber que uma retirada iria comprometer objectivos eleitorais, prolongou-se o esforço de guerra, dando à morte milhares de americanos, vietnamitas, cambodjanos e laosianos.

Toda esta situação foi disfarçada, só se sabendo dela devido às gravações telefónicas que foi possível efectuar na altura.

Quantas mais situações de prejuízo óbvio para a população foram e são actualmente abafadas por motivos eleitorais e de manutenção do poder?

Seria óbvio ligar esta situação somente aos EUA, à situação de Bush e da sua absurda invasão do Iraque ou ao uso assustador que a sua administração faz do "Segredo de Estado", permitindo que qualquer informação que seja considerada melindrosa para a sua governação seja obliterada de olhares exteriores.

No entanto, o que é preocupante é que estas situações alastram pelas democracias europeias (supostamente diferentes da Americana) e que estas situações vão afastando cada vez mais as populações de contribuir para as sociedades participadas e politicamente inclusivas que seria necessário fomentar.

Estamos neste momento numa encruzilhada da história. E o que me assusta é que estamos a retomar caminhos que já foram trilhados e que não deram bons resultados. A população deve ser convidada a instruir-se, a perguntar, a participar nas escolhas. Só assim temos uma verdadeira democracia.

O problema é que a verdadeira democracia é algo que não interessa a alguém...

East Timor 2

Pois é, em Timor Leste, está consumada a dança de cadeiras. O PM passa a PR e o PR a PM, mesmo não ganhando as eleições.

As ordens dos tribunais não contam, a constituição de nada vale.

Interesses mais altos se levantam em Timor. E parece-me a mim que não serão propriamente os interesses do país...