terça-feira, outubro 13, 2009

Sondagens Envergonhadas

Com aquele jeito de menino amuado, Santana queixou-se das sondagens, como quem se queixa do outro menino que lhe queria tirar o balão (o mesmo balão que acabou por lhe voar, mas isso é outra história). Que lhe davam 10 pontos percentuais a menos que a lista do PS e que foram encomendadas para o prejudicar. Afinal, Santana perdeu por quase 6 pontos, o que não andou muito longe das sondagens, já para não lembrar que lá para Junho as sondagens os davam praticamente empatados. O que quer dizer que houve sondagens para todos os gostos. Só Santana não gosta das que não lhe agradam, como é normal. Os meus filhos também não gostam quando as sondagens de opinião cá em casa são contra eles, e a maioria de opinião que são os pais, não os deixa ver o DVD da Guerra dos Clones.
Também o CDS-PP não gostava das sondagens das europeias, quando lhe davam 2% e eles acabaram por ter mais de quatro vezes esse número.
Recordo-me quando Cavaco Silva ganhou a sua segunda maioria absoluta. As sondagens davam como muito pouco provável esse resultado. Mas nessa altura, ninguém se rebelou contra as sondagens.
Parece-me que nestes últimos dois fenómenos aconteceu o mesmo que em 1991. Ou seja, as pessoas não assumiram que iriam votar no PP ou em Santana Lopes. Quando questionadas, o decoro falou mais alto e a noção de que poderiam ser criticadas pela opção política evitou que revelassem o verdadeiro sentido do voto. Mas na altura em que era necessária, a cruzinha não deixou de ir para o sítio que achavam correcto. É o chamado voto envergonhado. Revela muito acerca da maturidade política de um país, mas pode enganar quem confia cegamente nas sondagens.
Valha a verdade, se eu votasse em qualquer destes três "objectos políticos", também teria vergonha em assumi-lo...