quinta-feira, janeiro 29, 2009

Ajudar quem precisa

Há coisas que não entendo. Se as pequenas e médias empresas têm bastantes dificuldades porque não conseguem encontrar crédito, e os bancos têm dificuldades em recuperar o dinheiro que emprestam, porque é que o Estado, em vez de disponibilizar dinheiro aos bancos para emprestar às empresas não empresta directamente a estas, sem juros ou com um juro mais baixo?

Não seria uma forma de agilizar os processos e garantir que as empresas tenham alguma esperança de capitalização?

Ou estamos ainda a pensar que serão os mesmos que causaram a crise que a irão salvar? Que eu saiba, foi o sistema financeiro e bancário ao nível mundial que conduziu a esta situação, na busca de mais e mais lucros, mesmo em cima daquilo que não tem valor aparente (como o caso do sub-prime).

É inacreditável que continuemos na mesma. Seria uma boa altura de repensar o mercado de capitais, e verificar que a esmagadora maioria do que nele se passa tem o mesmo valor de um níquel furado. Quanto do dinheiro movimentado tem realmente correspondência em algo físico e palpável? As variações de acções e fundos fazem-se ao sabor da corrente, subindo num dia e descendo noutro às vezes pelas mesmas razões.

Preocupa-me ver que as coisas continuam na mesma. Andamos a insistir no mesmo erro. E ajudemos quem precisa de uma forma eficaz.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Escolha Escolhida

Paulo Portas anunciou ainda à pouco que vai deixar aos militantes do concelho a decisão de qual o tipo de candidatura a apresentar à câmara de Lisboa.
Depois da desgraça que foram as últimas eleições municipais, onde não elegeram qualquer vereador, Portas quer concerteza furtar-se a nova humilhação. Que se avizinha aliás por não haver no partido um nome que se apresente como candidatura credível.
Dessa forma, surge como alternativa a coligação com a inenarrável escolha feita pelo PSD de voltar a candidatar o pior presidente que Lisboa teve nos anos pós-Abecassis (e estou a incluir João Soares), bem como o pior primeiro-ministro de que me lembro.
Ora como Paulo Portas não quer assumir a escolha já que, como ele bem disse agora, se tivesse uma escolha tinha-a imposto, vai deixar aos militantes de Lisboa a tarefa de decidir o que fazer.
Este assomo de democracia basal é em Portas sempre suspeito. Espera-se que da assembleia de militantes saia a decisão esperada pela direcção do PP.
Resta saber como será efectuada a votação nessa assembleia. De braço no ar?

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Religiosamente Correcto

Estas coisas do politicamente correcto começam a aborrecer-me. Eu sou ateu e fortemente anti-católico. Para mim aliás, uma das principais causas do atraso dos países ibéricos é a forte influência da igreja católica, que se faz sentir à séculos na nossa sociedade.

No entanto não posso deixar de defender o Senhor José Policarpo quando ele avisa as mulheres portuguesas que pretendem casar com muçulmanos.

São já vários os relatos dos problemas (eufemisticamente falando) que as mulheres ocidentais sofrem quando os maridos decidem (com ou sem elas) regressar aos seus países de origem, onde impera a lei islâmica.

Se retornam juntos, as mulheres são sujeitas a acatar as regras vigentes nesse país, que incluem, em menor ou maior grau, a obrigatoriedade de não sair de casa, de cobrir o corpo e de ser obrigadas a uma subserviência ao seu marido e respectiva família.

Se as mulheres optam pela separação cá, são vários os casos em que os maridos levam os filhos para os respectivos países e elas deixam de os poder ver nem sequer falar com eles.

É se calhar politicamente incorrecto dizer isto, mas a sociedade muçulmana vive ainda na idade média. Estiveram no passado mais adiantados que nós, ensinaram-nos muitas coisas que utilizamos na nossa cultura e foram extremamente tolerantes em termos religiosos (muito mais que os europeus da altura). No entanto, agora estão numa situação de atraso civilizacional grave. Não existe um país muçulmano em que as estruturas democráticas estejam assentes em bases sólidas, tal como não existe qualquer país muçulmano que respeite os direitos humanos em níveis minimamente aceitáveis.

Como é óbvio, não estou a falar de todos os muçulmanos, pois em muitos assenta o diálogo inter-religioso existente nas sociedades ocidentais. Estou a falar daqueles que suportam as sociedades baseadas numa interpretação abusiva do Corão, que obriga milhões de seres humanos ao sofrimento.

Já veio muita gente reagir como virgem ofendida às declarações do Senhor Policarpo (assim como reage por vezes a igreja católica). No entanto tenho quase a certeza de que nenhum muçulmano irá ser verdadeiramente prejudicado pelas declarações do Senhor Policarpo, já que ele não disse nenhuma mentira.