sábado, junho 27, 2009

Os Reis

É impressionante o paralelismo entre as vidas de Elvis Presley e de Michael Jackson.

Êxito avassalador na juventude, com a conquista da crítica e público e vendas impressionantes de discos.
Depois a decadência, problemas de saúde, afastamento dos fãs, isolamento progressivo, excentricidades por vezes incompreensíveis.

A terminar, uma morte por problemas com medicamentos, antes da meia idade.

Dá que pensar...

terça-feira, junho 23, 2009

Serra Grades

Inês Serra Lopes é um caso único de falta de vergonha na cara no jornalismo (?) português. Depois de ter levado o Independente à falência, na sua talvez única grande aparição fora do cómodo papel de comentadora, a filha do advogado de Carlos Cruz foi condenada, em Janeiro passado, a um ano de prisão efectiva pelo Tribunal da Relação de Lisboa (notícia).

Esta condenação tem a ver com o facto de esta senhora pensar que poderia, para além de manipular a opinião pública através do seu jornal (inventando o caso dos sósias de Carlos Cruz), manipular também a polícia judiciária e as provas envolvidas no processo Casa Pia.

Ora, se os jornais podem (infelizmente) manipular impunemente a opinião pública, já manipular um caso em investigação é crime. E quando se mente repetidamente, mesmo em tribunal, e não se mostra qualquer arrependimento, este crime dá origem a prisão efectiva. Que só não o é efectiva, porque a senhora em causa aceitou fazer trabalho comunitário.

Agora, o que me espanta mais é que continuemos a prestar atenção a esta senhora nos media. De vez em quando, lá a apanhamos a "botar faladura" sobre a política do país e sobre os políticos. Não compreendo porque são exigidas tantas provas de seriedade aos políticos nacionais e quando se trata da classe dos comentadores políticos, até pessoas condenadas por usarem da sua posição enquanto (de)formadoras da opinião pública continuam a ter direito a falar.

Há mais comentadores nesta situação. Mas se calhar se os afastarmos todos, talvez fossemos obrigados a dar voz a quem é verdadeiramente independente...

segunda-feira, junho 08, 2009

Ingovernabilidade

Depois das eleições de ontem, e como é tradicional sempre que crescem os partidos de esquerda, já andam os tradicionais comentadores políticos agitar a profecia da ingovernabilidade do país. De facto é assustadora a perspectiva. Sobretudo se for um bloco central.

Já se viu que nem para um caso simples como o da eleição do Provedor de Justiça os grandes partidos se entendem. Como é que se esperam entendimentos em assuntos mais importantes? Só se as grandes clientelas os obriguem a um entendimento. São aliás os grandes interesses económicos que vêm agora agitar o fantasma da ingovernabilidade.

A arte da coligação governamental é algo que decorre da maturidade democrática de um país e da sua classe política. Com efeito, é muito fácil governar não tendo que discutir as nossas ideias. Mas será o melhor para o país? Sempre aprendi que quantas mais contribuições existirem para um assunto, mais abrangente se torna a solução encontrada.

Ao invés, na nossa democracia sempre tivemos a cultura do um-contra-todos. Aliás, temos exemplos muito próximos disso. O partido da maioria diverte-se a rejeitar projectos de partidos da oposição apenas porque não correspondem à sua agenda política. É isto a governabilidade? É isto que querem os comentadores da nossa praça?

Haverá governabilidade tanto quanto os partidos envolvidos na governação estejam efectivamente interessados na evolução do país, e não apenas interessados na satisfação de clientelas particulares e no cumprimento da sua agenda. Como se tem visto, as políticas dos governos isolados não têm trazido nada de novo ao país. Não será que nos tornaríamos mais governáveis com um governo mais abrangente? Só precisávamos de uma classe política mais crescidinha…


domingo, junho 07, 2009

Europeias

Escrevo este post enquanto oiço as várias declarações pós-eleitorais dos partidos políticos. E estou preocupado. Depois de uma péssima campanha eleitoral, em que pelos vistos as listas só tinham cabeças de lista e em que não se discutiram ideias sobre a Europa, esta noite de contagem de votos revelou-se mais uma desilusão.
 
O entusiasmo infantil dos militantes PSD durante os discursos dos seus líderes é uma prova de como a necessidade de criar "entusiasmo" se sobrepõe a uma análise fria dos resultados. O PSD não ganhou nada. Apenas subiu um bocadinho sobre as últimas eleições.
 
Quase dois terços das pessoas não foram votar. O que quer dizer que os resultados eleitorais de todos os partidos são um terço da percentagem oficial. O desinteresse é generalizado, e não é de estranhar. Com a qualidade geral demonstrada pelos políticos, e com a actuação dos orgãos de comunicação social, é natural que as pessoas não queiram saber.
 
Não há propostas novas, não há carisma, não há liderança. A somar a isto, há frequentes casos de corrupção e de utilização do estado para proveitos próprios ou de amigos. Ou seja, para além de não fazerem o seu trabalho como seria de esperar, os políticos ainda nos brindam, quando no poder, com casos de polícia, em que utilizam o nosso dinheiro para entregar aos privados. E que são sempre os mesmos...
 
Pelos resultados destas eleições, pode vislumbra-se uma possível governação do PS com o BE, para grande gáudio da esquerda intelectual dos centros urbanos. Iremos ver se ao BE no governo não irá acontecer o mesmo que ao "seu" vereador na Câmara Municipal de Lisboa. Ainda se lembram dele?