quarta-feira, junho 29, 2005

Trafalgar

Os 200 anos da batalha de Trafalgar foram ontem relembrados perto de Portsmouth.

Nas comemorações, onde estiveram presentes barcos de guerra das marinhas de vários países (entre os quais a França e a Espanha) foi simulada uma batalha de barcos "vermelhos" contra barcos "azuis".

Como breve recordação histórica, o que aconteceu nessa batalha foi que os Ingleses derrotaram uma frota composta por navios Franceses e Espanhóis.

O que eu acho é que não se deve, em nome de alianças actuais (até ver) estar a branquear a história. Lá porque se tem convidados dos países derrotados da altura, não vejo muito bem porque não se poderia recriar com rigor histórico essa batalha.

Seria um exercício muito interessante e ficaria muito bem a todas as partes aceitar os factos históricos dessa altura.

Leis à medida

O nosso actual governo, na curta existência, promoveu já dois casos de leis "à medida".

Primeiro foi a aberração (típica de um fundamentalismo) de colocar um artigo na Constituição Portuguesa especificamente para um referendo sobre a constituição europeia. Julgava eu que a nossa Constituição deveria ser algo de genérico, mas pelos vistos estava enganado. Só gostaria de saber o que vão fazer se o tratado Constituicional Europeu mudar de nome... O que me parece que vai acontecer, depois do favor que nos foi feito pelos Franceses e pelos Holandeses. Mais uma revisão constitucional ao centímetro?

Agora para uma piscadela de olho à esquerda, vão alterar a Lei dos referendos, de modo a poder efectuar um referendo à pressa, em cima do joelho. Tentam assim melhorar o possível mau resultado nas autárquicas.

Estes dois casos são o que designamos na minha profissão por Marteladas. Existe uma pressão absoluta para se efectuar algo e os trâmites normais são demasiado rigidos para ser respeitados.
Quer-se colocar "à força" o que não se consegue colocar pelos meios correctos.

Quando é necessário efectuar uma Martelada, eu fico com alguns problemas de consciência e tento encontrar uma alternativa para que não seja necessário repeti-la.

Será que é este o caso?

terça-feira, junho 28, 2005

Previsão Económica

Ontem em Santa Iria da Azóia, arderam 10 toneladas de cana de açúcar.
Penso que com este súbito aumento de produção iremos assistir a uma baixa significativa no preço do caramelo...

sexta-feira, junho 24, 2005

Vai Passar

Vai passar
Nessa avenida um samba
popular
Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram
sambas imortais
Que aqui sangraram pelos
nossos pés
Que aqui sambaram
nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa
história
Passagem desbotada na
memória
Das nossas novas
gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão
distraída
Sem perceber que era
subtraída
Em tenebrosas
transações

Seus filhos
Erravam cegos pelo
continente
Levavam pedras feito
penitentes
Erguendo estranhas
catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma
alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)

Palmas pra ala dos
barões famintos
O bloco dos napoleões
retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma
cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
geral
Vai passar

sexta-feira, junho 17, 2005

Amor à Familia

Então não é que as grandes saudades que o Treinador do benfica tinha do contacto com a sua família já desapareceram?
Em pouco menos de 15 dias já está de contrato assinado para ir treinar outra equipa fora do seu país e do contacto directo com os seus, neste caso na Alemanha.

É certo que a Alemanha fica mais perto da Itália que Portugal, mas não deixa de ser muito curioso...
Imagino que tenha medo de andar de avião e que assim já possa ir de carro entre os dois países.

Mas tenho a certeza é que teve a consciência de que mais do que fez esta época era impossível. Sabe-se lá quando é que o benfica iria conseguir voltar a marcar um golo de bola corrida. Já lá vai tanto tempo...

segunda-feira, junho 13, 2005

Brasileiradas - Parte II

A partir do meu Post "Brasileiradas", fui citado no "famoso" LLL (leiam o meu post original e este link para ficar no contexto). Fui inclusivamente "ameaçado" de uma invasão de comentários negativos aqui no Matrecos por causa desse Post. Espero que sim... Afinal, como disse o outro "falem mal, mas falem de mim".

Fico aliás muito contente, afinal não é todos os dias que somos insultados numa língua estrangeira.

Mas vamos à vaca fria.

Em primeiro lugar, nas duas frases em que eu faço referência ao facto de alguém ser "brasileiro", somente duas são "restrições" ("no entanto" e "embora") . A outra é uma mera constatação de um facto. Ler com mais atenção daria mais resultado. São portanto duas restrições e uma constatação. Não sei se dá para ser recorde mundial, mas talvez ainda o consiga.

Em segundo lugar, nas mesmas duas frases, tem 4 (sim, quatro!) elogios ao site ("bastante útil", "bem explicada", "com simplicidade" e "objectividade"). Aqui acho que bati mesmo o recorde mundial. Pelos vistos, debalde.

Em terceiro lugar, alguém que se pergunta de que é que o Sapo vive e ainda mantém esse erro no seu site não demonstra grande conhecimento de Portugal. Ou então intransigência. Não sei qual o pior.

Em quarto lugar, porque raios é que os Brasileiros que querem demonstrar o "amor" por Portugal fingem todos que (ainda) andam a ler os Maias? Até o Eça ia achar estranho... Afinal, estar "amando" Portugal através da sociedade decadente de "Os Maias", é bastante estranho.

Por último, a comparação a Afonso de Albuquerque é um elogio demasiado. Existem figuras que a história nos deixou que são praticamente impossíveis de almejar alcançar, seja pelo mito, seja pelos feitos alcançados. E Afonso de Albuquerque é uma delas.

Ah, e eu não me ofendi. Achei graça. Tão somente isso. Tal como acho imensa piada a isto.

P.S.: Para quem troca tantas vezes de nome, espero que agora este lhe dê um fácil reconhecimento internacional, tanto em termos "hispânicos" como em termos "americanos". Espero ainda que seja já "o primeiro entre os Alex Castro" da Internet Brasileira e que os seus futuros alunos em Nova Orleães o tratem por "Mr. Castro". Não importa o nome que temos ou o que queremos ter. Importa o que somos.