segunda-feira, outubro 25, 2010

WikiLeaks

Vi aqui uma entrevista com o líder do WikiLeaks, o Australiano Julian Assange. Entrevista muito interessante, sobre os métodos do que se pode chamar um novo tipo de jornalismo. Um verdadeiro jornalismo de investigação, pelo menos aparentemente independente de interesses exteriores.
Pelo que nos é dado ler, a WikiLeaks tem contribuído para desmascarar casos de abusos em todo o mundo, especialmente praticados pelos mais poderosos.
Muito esclarecedor é a forma como Assange divide o mundo em 3 blocos "imperiais" de fornecedores de informação e de armamento. EUA, Rússia e China. e como todos os países, por forma a manter-se, devem manter-se numa destas órbitas. É uma nova definição de impérios, não baseada em posse do território, mas na posse de informação militar.
No que respeita à definição de jornalismo, é confirmada a minha ideia de que, nos media tradicionais, o jornalismo de investigação foi completamente abandonado por medo das represálias jurídicas. Criou-se um clima de que não vale a pena investigar os assuntos a fundo, por medo dos processos em tribunal.
E principalmente que actualmente os media são principalmente consumidores das notícias fornecidas por centrais de comunicação (estatais ou não), que fornecem as notícias que querem que sejam divulgadas, dentro dos seus interesses. O que pensamos ser trabalhos de jornalismo, são apenas cópias de informações já selecionadas e pré-escritas. Sempre com o beneplácito das direcções de informação e, claro, com a aprovação dos interesses económicos que os financiam.
Mas melhor do que eu possa dizer, o melhor é mesmo ler a entrevista.

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