sábado, abril 19, 2008

Lobos Loucos

Afinal, ouvi mal as declarações do Sr. Jardim. Onde ele disse loucos, eu ouvi lobos. Mas afinal a quem interessa o que diz o Sr. Jardim?

terça-feira, abril 15, 2008

Hienas

Mais uma vez, o Sr. Jardim nos presenteia com a sua má educação e verborreia própria de um ditadorzeco legitimado pelas "autonomia" Madeirense. Assim, ficamos a saber que afinal não há risco de que os Lobos estejam em risco de extinção em Portugal, porque existe uma reserva ecológica na assembleia regional da Madeira.

Só me pergunto se não haverá nos orgãos centrais do país ninguém que ponha a mão nisto. Por muito menos, já chegou o presidente da república a advertir o governo de Lisboa, chamando-o à atenção sobre atitudes e/ou medidas que não acharia correctas.

Mas neste caso parece que o Sr. Jardim goza de uma impunidade total. Todo o poder central, de Belém a São Bento se curvam perante os seus 30 anos de governo. Em qualquer outro lugar, 30 anos de governo seriam considerados, mesmo com a legitimidade eleitoral, no mínimo suspeitos. Mas na Madeira já não é assim. Até Jaime Gama, que considerava o Sr. Jardim como um Bokassa, agora já o felicita pelo seu governo. Se calhar porque se revê em algumas das suas medidas de controle da sociedade, quem sabe.

O que me dá esperança é saber que, daqui a alguns anos, quando o Sr. Jardim estiver para abandonar o poder, o seu partido não se irá revelar como uma alcateia de Lobos, mas sim como um bando de Hienas...

terça-feira, abril 08, 2008

Chama unânime

Neste momento, toda a comoção à volta do Tibete e dos Jogos Olimpicos em Pequim parece-me francamente forçada. Parece que o mundo ocidental procura uma catarse de algo e encontra no Tibete e na China uma forma de não pensar nos seus problemas.

Esta unanimidade à volta das questões do Tibete, como qualquer outra, assusta-me. E obriga-me a tentar ver o outro lado do prisma. Nem que seja para sentir que o lado certo é o lado unânime.

O Tibete, era uma província chinesa no século XVIII. Foi no início do século XX que os Ingleses fizeram um acordo com a dinastia Qing (dinastia chinesa governante do Tibete), em que concordavam, em troca de uma renda, não ocupar o Tibete. Não sem antes massacrarem algumas centenas de tibetanos na sua capital, Lhasa. A partir da primeira guerra mundial, e do desmembramento da China, o Tibete passou a ser independente, embora sem governo secular próprio, e com uma sociedade fortemente dominada pelos mosteiros budistas. Em suma, uma Teocracia absolutista. A partir de 1951, a China invadiu o Tibete, re-anexando o território e provocando a fuga do actual Dalai Lama para a Índia. Actualmente o tibete é palco de uma elevada repressão da China sobre os monges budistas. No entanto, o Dalai Lama não defende a independência do Tibete, mas apenas a sua maior autonomia.

A ideia que retiro da situação actual é a de que o Tibete foi parte da China durante cerca de 250 dos últimos 300 anos, e nunca deu mostras, como estado independente, de ser algo mais que o resultado do interesse dos monges budistas em utilizar uma sociedade unicamente para o sustento das suas congregações. Pensando bem, um Tibete independente neste momento seria um segundo vaticano. Só que bem mais pobre e atrasado. Como os seus vizinhos Butão e Nepal que continuam a lutar (ainda que independentes) pelo acesso à completa liberdade e democracia.

Claro que nada disto justifica a violência e repressão continuadas da China. Mas pelo menos permite ver outra face do prisma...