sábado, novembro 22, 2008

As folhas do Loureiro

Dias Loureiro é de facto um dos grandes trafulhas da nossa democracia.

Já não bastava ter sido o ordenante das várias cargas policiais durante o tempo em que foi ministro da administração interna (tendo como exemplo a ponte 25 de Abril ou os disparos sobre a população no Pragal), foi também o responsável por negociatas com os aviões de combate aos incêndios. Agora está envolvido com os crimes financeiros do BPN.

Numa tentativa de se descupabilizar junto da opinião pública, tentou ir ao parlamento. Não conseguindo, foi à televisão. E como a RTP se deixa instrumentalizar, disse o que se esperava. Que não sabia de nada, que é um anjinho e que à não sei quantos anos tentou denunciar o que se passava no BPN. Que curioso. Só tentou fazer isso uma vez numa conversa privada com alguém do Banco de Portugal. Talvez se fosse uma pessoa séria, se tivesse demitido do BPN e denunciado publicamente a situação... Se não fosse a crise, nada disto se saberia. E andava o Sr. Dias Loureiro, contente e feliz a capitalizar...

No final do governo de Cavaco Silva, falava-se que o tabu era uma forma do então primeiro-ministro se distanciar das negociatas já em curso pelo aparelho partidário do PSD, lideradas por Dias Loureiro. Afinal, passados tantos anos, este é nomeado para membro do conselho de estado do Presidente Cavaco Silva. Haverá melhor forma de evidenciar um acordo do Presidente do país com as negociatas de Dias Loureiro? Não deveria existir um pouco mais de decoro?

Entretanto, já sabemos que Oliveira e Costa um mês antes de sair do BPN passou tudo para a mulher e se divorciou, depois de 48 anos de casado... Que curioso... Já agora, qual será o património de Dias Loureiro?

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