quarta-feira, janeiro 04, 2006

Sharon

Enquanto escrevo este post, ouço a notícia do preocupante estado de saúde de Ariel Sharon. Segundo os prognósticos mais pessimistas, parece que não haverá recuperação das hemorragias cerebrais sofridas.

Sharon começou por ser para mim uma certeza de que não haveria paz entre Israel e a Palestina durante algum tempo. No entanto, com a evolução da sua governação compreendi que talvez no velho falcão de guerra houvesse uma centelha de paz. Depois de vários acontecimentos, entre os quais a retirada dos colonatos e também a situação de alívio de tensão motivada pela morte de Arafat, comecei a ficar esperançado numa nova vida para um processo de paz para a região.

Com a sua saída do Likud, e a formação de um novo partido com Shimon Perez (o “Kadima” - "Adiante"), fiquei verdadeiramente esperançado que existiria de facto um caminho para a paz.

Agora, sinto algo de semelhante ao assassinato de Rabin. Se na altura o sentimento foi de raiva por um acto estúpido contra alguém que lutava pela paz, agora o sentimento é de desilusão. O que se seguirá? Existirá alguém que possa pegar no processo de paz e levá-lo a um destino que todos desejamos?

Se é certo que as grandes conquistas dos povos se fazem através da sua vontade colectiva, não é menos verdade que são sempre necessários líderes capazes de indicar o caminho e fazer-se seguir. Rabin e Sharon pertencem a esse grupo. Espero que sejam seguidos.

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