sexta-feira, outubro 22, 2004

Levolucionálio

O anúncio do BP Ultimate nas paragens dos autocarros reza mais ou menos assim:
"Para ter mais motor não troque de carro. Escolha BP Ultimate"

Verdadeiramente um passo em frente na tecnologia.
O BP Ultimate é o primeiro combustível que incorpora peças para aumentar o tamanho do motor.

quinta-feira, outubro 21, 2004

Índia

Índia, seus cabelos nos ombros caídos,
Negros como a noite que não tem luar,
Seus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse seu olhar.
Índia da pele morena
Sua boca pequena eu quero beijar!

Índia, sangue tupi,
Tem o cheiro da flor,
Vem que eu quero lhe dar
Todo o meu grande amor.

Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-lhe adeus,
Fica nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos seus.
Índia levarei saudades
Da felicidade que você me deu.

Índia a sua imagem
Sempre comigo vai
Dentro do meu coração,
Flor do meu Paraguai!

quarta-feira, outubro 20, 2004

I can see clearly now, the rain is gone

Ontem, com o temporal que se abateu sobre a região de Lisboa, já estava à espera de passar algum tempo mais do que o normal no trânsito.
Isto implica que ouvi um pouco mais de rádios do que o habitual, porque fico facilmente aborrecido com 10 ou 15 minutos da mesma rádio e estou sempre à procura de assuntos ou músicas mais interessantes. Digamos que, no automóvel, pratico incessantemente o zapping radiofónico. Especialmente desde que existem os comandos de rádio no volante do carro, que facilitam muito a tarefa.

Para dar uma ideia do meu desespero, ontem até passei pela Rádio Baía, pela Rádio Mais ou pela Miramar... Claro que só o tempo de dar o um toque no botão de search. Se me perguntarem só confesso que estive a ouvir um pouco o programa em Russo do final de tarde da Rádio Mais. Que bonita língua, o Russo...

Achei engraçado e original que ontem, entre os meus zappings, tenha ouvido umas 150 vezes a música do nescafé... E sempre com a justificação da chuva.

O mais irónico é que, ao contrário da música, a chuva ainda não tinha passado.

Infame

- Porque é que o Batman colocou o Batmóvel no seguro?
- Porque tem medo que o robin.

- Como é que o Batman, abre a porta da Batcaverna para entrar com o Batmóvel?
- Bataspalmas

- O que é que o Batman diz ao Robin quando estão a chegar a Gotham City?
- "Robin, estamos a chegar a Gotham City."

(agora passe a ler com sotaque brasileiro, se possível)
- Porque é que as vacas argentinas passam o tempo a olhar para o céu?
- Porque lá tem "boi nos ares".
(fim do sotaque brasileiro)

Pois é.... Isto é que são piadas Infames.
É o que dá ouvir a Rádio Renanscença no desespero do trânsito de um dia de chuva...

Depois não digam que não os avisei.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Islândia

Conversa entre dois amigos:

- Gostava muito de ir à Islândia. Parece que tem uma malta nova muito culta e activa. E dizem que tem uma grande noite.

- Sim, sim. Dura seis meses.

Português Correcto

Existe uma coisa que me irrita profundamente já à algum tempo.
Pelo meio dos pontapés na nossa língua que oiço regularmente na comunicação social, há um que me toca particularmente. É a deturpação do plural.
Como exemplo, já ouvi (ou li) "tivemos fulano x e fulano y a acompanharem fulano de Z" ou então "levaram os militantes a mudarem de posição" ou ainda “as pessoas foram obrigadas a saírem de suas casas"...

Erros Crassos...
Ora estes são erros muito comuns na comunicação social. Não duvido que, com a disseminação do erro, este se torne uma regra. Mas por agora as expressões correctas serão: “acompanhar”, “mudar” e “sair”. Porque, muito embora estejamos a falar de um grupo, nestes casos não se usa o plural no verbo.

Vamos lá a falar bem português... com juizinhosszszszszszszszszs



quinta-feira, outubro 14, 2004

Anacronismos

Serei só eu a achar isto ou o novo Boneco do 123 (tal como o logotipo) parece saído directamente de uma viagem no tempo aos anos 80?
Se calhar não havia verba para pagar a uma firma de design e foram abrir uma gaveta de algum colega posto na prateleira e ainda lá estavam uns desenhos... Por debaixo de uma camada de pó.

Já para não falar da recuperação do João Baião como humorista, que é outro anacronismo...

Parecenças

Já repararam como a Alberta Marques Fernandes (Jornal 2:) está cada vez mais parecida com a MMG ? O penteado, a pose agressiva... É assustador...

Sobretudo porque o telejornal da antiga RTP 2 era o melhor espaço noticioso da televisão Portuguesa, com muito tempo para ouvir os especialistas sobre variados assuntos, e agora tornou-se algo sensaborão (e com um cenário péssimo), onde já não se aprende tanto.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Expressões Populares I

Hoje de manhã, saí de debaixo do Edredon e fiquei gelado.
Tomei o duche matinal, com a água bem quente, como ainda não tinha feito desde a primavera.
Fiquei irritado com o frio...
Raios Partam Isto!

Hábitos

De manhã, costumo apertar a gravata em frente à janela da sala, em vez de utilizar o espelho, aproveitando um pouco do reflexo. É uma janela alta, que vem do chão até à altura de uma janela normal, e que, como tal, tem uma boa visibilidade para a rua.
Sinceramente prefiro assim. Pode ser que esteja a fugir da minha imagem, porque o reflexo na janela é menos nítido, e permite abstrair-me de mim, excepto no objectivo pretendido.
Em vez de olhar para mim, olho para o exterior. Gosto deste hábito. Permite-me sentir o acordar do mundo à minha volta e integrar-me por antecipação no espaço exterior.
Para além de ver como está o tempo e bisbilhotar os vizinhos que saem primeiro que eu...

quinta-feira, outubro 07, 2004

Populismo

Residência oficial do PM. Equipada com uma rampa provisória para permitir à comitiva de regresso dos jogos paralímpicos um mais fácil acesso ao seu interior, ao contrário do encontro no mesmo local antes da ida. Discurso de preocupação do PM, colocando os problemas dos acessos dos deficientes no nível mais alto de preocupação do estado. Correcção. Ao nível dos assuntos mais importantes do estado. Muitos sorrisos. PM acompanha a saída da comitiva, empurrando a cadeira de rodas de um atleta medalhado, no meio de uma quantidade apreciável de repórteres registando o acontecimento.

PCP, LD, MBR

Na terça à noite, no seguimento das notícias sobre a decisão de Carlos Carvalhas deixar o cargo mais mediático do PCP (depois do desaparecimento de João Amaral), estive a ver, na SIC Notícias, os marretas, ou seja, em bom comunismo (já que estamos a falar do PCP), as correias de transmissão dos monopólios económicos. Estou a falar de LD (sisuda e sinistra figura) e de MBR (que tem pelo menos a preocupação de utilizar como disfarce um aspecto mais bonacheirão e bem disposto).

Por norma não costumo prestar atenção a estes dois papagaios do sistema, mas desta vez queria saber o que iriam dizer, por um mórbido sentimento que nós temos enquanto coltura lusa. Sim, eu estava à espera de ver sangue a escorrer pela boca destes dois senhores enquanto se banqueteavam com o festim de um partido moribundo e (agora) sem líder.

No entanto, fiquei assustado. Dei por mim a concordar com o que eles diziam. Quando esperava uma crítica cerrada, sentenças de morte anunciada ou acusações aos ortodoxos de falta de democracia interna, apanhei com comentários ponderados, calmos e discernidos sobre as diferenças entre o PC e os outros partidos, a ponderação das decisões internas ou o processo colectivo de tomada de decisão.

Foi muito aborrecido. O dia até nem tinha corrido bem, e queria algo que me obrigasse a pensar em sentido contrário, em argumentar, mas ficar por aí. Por razões óbvias, dei por mim preocupado com esta súbita trégua em relação ao PC. Vai dar-me muito que pensar.

Claro que o facto de eu concordar com LD ou MBR não significa que não tenham continuado a dizer coisas que qualquer pessoa com dois dedos de testa poderia pensar por si própria (sim, eu já tinha pensado nisso), mas isso é um mal actual. Estamos a cultivar a guruzização da sociedade.

What I Am to You

When I look in your eyesI can feel the butterflies
I love you when you're blue
Tell me darlin' true
What am I to you

sexta-feira, outubro 01, 2004

Sorte

Para quem lê este blog (estou mesmo convencido que há pessoas que já lêem isto...) e não gosta de ouvir falar de futebol, vão lá fazer os vossos estudos bíblicos e não percam tempo .

Ontem assisti radiofonicamente a um momento de poesia. Ainda mais exacerbante porque quem o disse não fez ideia do que disse. Foi mesmo intervenção divina (voltem , que isto afinal ainda pode ser interessante como estudo bíblico).
Taça UEFA, Braga-Hearts, golo de João Tomás (como o que marcou na Luz, mas desta vez não foi anulado).
O relatador, depois da explosão de alegria, passa a palavra ao repórter de campo para uma descrição mais à flor da relva. Ao que sai esta pérola:

“João Tomás teve o mérito de ter a sorte de estar no sítio certo.”

Dirá logo o mais desprevenido (como eu, logo a seguir a ouvir isto): “se é mérito é mérito, tem intervenção do sujeito, se é sorte é sorte, e veio-lhe parar a bola aos pézinhos”

Ora isto é só é tão somente riscar a superfície vidrada do acontecimento com uma unha encravada. Se a riscarmos com um diamante, podemos, (para além de partir a dita superfície vidrada), descobrir algo mais profundo, mais filosófico, mais estapafúrdio. Ora vejamos:

Segundo esta frase, a sorte advém do mérito do sujeito que pratica a acção. Ou seja, para ter sorte há que trabalhar por ela. Há que a merecer.
O que nos leva a deduzir que há alguma entidade, que avalia as acções de cada um e regulamenta a quantidade de sorte a distribuir por cada uma das pessoas que, meritoriamente, diga-se de passagem, trabalham por ela. Alguma ERDS – Entidade Reguladora da Distribuição de Sorte.

A função dessa entidade será verificar quais os elementos da sociedade que mais trabalham para ter sorte, e fornecê-la em doses aceitáveis. É claro que existem casos em que parece que não existe a ERDS, mas, como qualquer entidade pública que se preze, nesta também existirão cunhas, pressões, lobbies ou embirrações que as justificam.

Aí está um trabalho que será pouco apetecível. Embora seja funcionalismo público, e, como definição, só trabalhem aqueles que estão a prazo. Agora, quem trabalhar na ERDS nunca poderá ter sorte na vida. Mesmo que a mereça. Porque seria um óbvio caso de favorecimento em causa própria.

Nós, comuns mortais, vivemos sempre na ilusão de que poderá existir uma centelha de sorte nas nossas vidas. Ou, já sabendo desta teoria, que podemos melhorar as condições para ter alguma sorte.

Agora estas tristes criaturas, prosseguem na sua labuta, sabendo sempre que a sua vida nunca será pontuada por um “oh” ou um “ah” de surpresa, ou de espanto. Serão portanto os funcionários da ERDS, a nível mundial, recrutados entre os habitantes da Coreia do Norte, país em que a população já deixou de saber o que significa a palavra sorte (para além de outras palavras como comida, chocolate, felicidade, sorriso e estrangeiro).

Ora os funcionários da ERDS só têm acontecimentos surpreendentes, quando os seus colegas funcionários da ERDA (Entidade Reguladora da Distribuição de Azar) lhes resolvem pregar partidas. Como foi o caso de colocar o barrilito de óculos no lugar do pai.

O nome desta segunda organização já deu origem a uma infinidade de expressões. Quando o povo tinha azar dizia: “aqui houve Mãozinha da Entidade Reguladora da Distribuição de Azar”. Como falar com siglas poupa tempo e saliva, surgiu o conhecido: “aqui houve MERDA”.

Ainda dizem que o futebol não dá que pensar...

O que podem é continuar a dizer que a partir do futebol não sai nada de jeito, isso podem.

Governo espanhol aprova hoje casamentos homossexuais

Conforme o que se pode ler aqui, “O Conselho de Ministros espanhol está esta manhã a discutir o anteprojecto de lei que vai consagrar as uniões homossexuais”

Realmente ainda há governos com os “cojones” no sítio. E este governo espanhol já o demonstrou mais do que uma vez.

Uma declaração (retirada do mesmo artigo), de José Rodríguez Zapatero:

O primeiro-ministro espanhol explica que tem "um grande respeito pela Igreja Católica e pelas outras confissões religiosas", mas acredita que "uma sociedade é sobretudo um colectivo civil feito de valores públicos, onde as crenças religiosas não podem impor-se".

¿Que hay que decir? Simplemente esto:


Muy Bien.