quarta-feira, setembro 29, 2004

Orelhas

Já repararam como o Tony Blair e o Principe Carlos são tão dotados de apêndices auditivos? São os José Rodrigues dos Santos ingleses. Com a vantagem de que não são lampiões.

Jogo do Carro

Hoje ouvi na rádio (sim, enquanto estava a tentar fugir ao Fórum da Antena1) que a Renascença anda a oferecer carros. Para ganhar um carro só é necessário que se tenha colado no vidro do carro um autocolante da própria rádio. Isto levou-me a uma curiosa reflexão (e quase a bater no #?!$%& do carro que se armou em fangio e se tentou meter à minha frente). Uma reflexão inútil, mas mesmo assim uma reflexão.

Quer dizer que é necessário já ter carro para ganhar outro carro. Isto é muito curioso. Pensarão que é uma forma de discriminação, mas não. É uma forma de controlar a sinistralidade. E por duas ordens de razões:

Com a qualidade (ehehe, qualidade...) dos ouvintes da RR, e começando a distribuir carros novos, por aqueles que normalmente não conduzem, iriam ser introduzido (mais) um factor de destabilização rodoviária bastante significativo. Se, por um lado, iriam aumentar as donas de casa a andar a 30 à hora na auto-estrada, por outro iriam aumentar os acidentes provocados por condutores distraídos a limpar o pavilhão auditivo com a unhacra do dedo mindinho. Assim, previne-se um número significativo de acidentes rodoviários.

Além disso, como 90% dos tipos que ouvem a renascença, e têm a coragem de estragar a sua viatura com um autocolante, devem ter um datsun, um vauxhall viva ou um corsa dos antigos, também é uma forma de modernizar o parque automovel da nação.

Ora digam lá se isto não é um serviço público melhor que a própria Antena 1? Estão a pensar na nossa segurança, sim Senhor. Esta é a qualidade a que a RR nos habituou, no seguimento aliás, das anedotas matinais do António Sala (que nunca ofenderam ninguém, tirando os alentejanos).

Para aumentar o interesse dos programas em que entregam os carros, os meninos e meninas da RR fazem-se transportar (e isto não é piada) pela PSP ou GNR, para obrigar as vítimas do concurso a parar.
Grandes histórias devem ter sido já contadas nas emissões, sobre o que pensaram os condutores depois de serem parados pelas autoridades e antes de saberem do que se tratava...
Grandes histórias sim senhor...

Felizmente nunca ouvi nenhuma.

terça-feira, setembro 28, 2004

Deslizes

Ontem ouvi no rádio o presidente do Beira Mar a falar da rescisão com o treinador Inglês, Mick Wadsworth. A certa altura ele sai-se com esta:

"O Shô Mique"

Tradução: "O Senhor Mick"

Elucidativo...

Fórunite Aguda

Passo-me com certas coisas que oiço ou que vejo. E tenho ódios privados. E manias.
Neste momento ando numa cruzada contra os fóruns. Sim, contra essas coisas execráveis que não me deixam ouvir as rádios que quero, a todas as horas que quero. Que não me permitem ouvir a TSF à noite, sem ter de ouvir uma cambada de palhaços que não tem mais que fazer do que discutir todos os dias as mesmas coisas sobre futebol. Que não me permitem ouvir nenhuma rádio de referência a partir das 10 da manhã no carro, porque vai começar o Fórum. Está certo que se ainda estou no carro a essa hora, é porque estou atrasado, mas acho que não mereço um castigo assim tão grande...

É arrepiante estar a ouvir rádio a essas horas, porque apanhamos com todas as chamadas opiniões de aqueles que àquela hora estão ansiosamente à espera para começar a marcar furiosamente o número de telefone, de modo a poderem dar sentido a uma existência cinzenta... Parece que os estou a ver. “Já que na família ninguém me liga, pelo menos assim posso dizer mal do governo”. Donas de casa, desempregad@s, taxistas, camionistas... E já se sabe com o nosso nível educativo, o que podemos esperar das opiniões populares.... Se for para dizer mal, mata. Se for para dizer bem, ama. Se não tiveres opinião, inventa. Não sem antes baixar o volume do rádio por causa do fio-de-beque e dizer que se gosta muito do programa. Pudera.

Estão na moda os fóruns. Está na moda a “interactividade”. Mas a que custo... O que sofrem os apresentadores e comentadores dos fóruns com o que têm de ouvir, é dose. Será que existe um subsidio de risco para apresentar programas de opinião pública? Se, pela rádio, só se percebe o enfado de algum moderador pelo “seja breve”, ou pelo mais drástico “temos de passar ao ouvinte seguinte”, na televisão é diferente. São precisos verdadeiros actores para mostrar uma cara neutra, perante as baboseiras que se discorrem. Sem rir, ou mesmo chorar.

O problema não está em emitir opinião sobre um assunto. O problema está em quem emite opinião. Não se pode querer que a D. Gertrudes, que é dona de casa e por acaso estava na pausa entre aspirar o chão e ir fazer o almoço para o Fonseca saiba o suficiente de relações internacionais para opinar sobre o conflito da chechenia, sem ser o tradicional “ coitados dos inocentes, etc, etc ”. É uma opinião sincera, mas serve para quê?

Se quiserem alargar a opinião, dêem-se ao trabalho de compilar uma lista de especialistas que garantam uma pluralidade de opiniões sobre cada assunto.

Porque é certo que as opiniões que existem nos media correspondem à voz de interesses instalados... De certeza que vou voltar a falar sobre os media noutra altura.

Por agora estou satisfeito. Já tirei isto do sistema. Até já.

Definição

Matrecos - Remates, Fintas e algumas Defesas. Sem colocar a mão no óleo.