quinta-feira, julho 14, 2005

Privacidade

Com os recentes atentados em Londres, a UE decidiu colocar em prática medidas de vigilância da Internet (E-Mail) e de comunicações telefónicas.

Tenho a impressão de que estas medidas, mais do que contribuir para a "guerra" ao "terrorismo", vão contribuir para a vigilância sobre os cidadãos com pensamentos livres e diferentes da maioria.

Tenho pena, mas começo a encontrar algum sentido nas teorias da conspiração sobre os atentados e sobre toda a preparação e meios dados aos terroristas pelas potências ocidentais, bem como a cobertura dada à ditadura da Arábia Saudita.

Toda esta situação está a beneficiar alguém e não sei ainda bem quem...

P.S.: Por cada dois minutos de silêncio feitos pela memória das vitimas inocentes do terrorismo em Londres, quantos minutos de silêncio deveriam ser feitos pelas vitimas inocentes do terrorismo que morrem todos os dias no Iraque?

Pena de Morte

Este link é um dos maiores manifestos anti-Pena de Morte possiveis, não o sendo.

http://edition.cnn.com/2005/LAW/07/12/execution.investigation.ap/index.html?section=cnn_topstories

A Pena de Morte, da forma como é aplicada nos USA chega a um facilitismo exasperante.

quinta-feira, julho 07, 2005

Podres Poderes

Depois dos acontecimentos de hoje, lembrei-me desta música do Caetano Veloso (na sua época de Intervenção), que penso adequar-se ainda aos tempos que correm...

Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos
E perdem os verdes, somos uns boçais

Queria querer gritar setecentas mil vezes
Como são lindos, como são lindos os burgueses
E os japoneses, mas tudo é muito mais

Será que nunca faremos se não confirmar
A incompetência da América Católica
Que sempre precisará de ridículos tiranos?

Será será que será que será que será
Será que essa minha estúpida retórica
Terá que soar, terá que se ouvir por mais zil anos?

Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Índios e padres e bichas, negros e mulheres
E adolescentes fazem o carnaval

Queria querer cantar afinado com eles
Silenciar em respeito ao seu transe, num êxtase
Ser indecente mas tudo é muito mau

Ou então cada paisano e cada capataz
Com sua burrice fará jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades, caatingas e nos gerais?

Será que apenas os hermetismos pascoais
Os tons os mil tons, seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão dessas trevas e nada mais?

Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome, de raiva e de sede
São tantas vezes gestos naturais

Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo
Daqueles que velam pela alegria do mundo
Indo mais fundo, Tins e Bens e tais

terça-feira, julho 05, 2005

contra-contra-informação

Fiquei preocupado no último domingo à noite, enquanto estive a ver na televisão a contra-informação, um programa que muito me agrada.
Ao contrário do que é normal, a qualidade dos textos dos sketches que vi deixou bastante a desejar... Em particular saltou à vista a falta de graça e de subtileza que são (eram) a principal qualidade do programa...
Só para dar um exemplo, colocar o boneco do Manuel Maria Sarilho a dar socos ao boneco que representa o seu filho (bébé) é de muito mau gosto e um recurso à piada fácil e baixa.

Para que se possa ter uma ideia, acabei por ter a única centelha de crítica social lúcida e minimamente bem feita quando vi o herman louro e a sua trupe de travestis a cantar uma musiquita sobre a facilidade que a imprensa tem em inventar notícias para vender jornais...

É de facto preocupante.

Será que a pessoa que escreve o contra-informação está de férias?

Popularidade

A gerência do Matrecos determinou a linha de acção de modo a tornar este Blog um "caso sério de popularidade". Para esse desiderato, foram definidos os primeiros passos a tomar:

  1. Passar a utilizar uma quantidade apreciável de palavrões no texto (Funcionaria melhor se fosse um Blog escrito por uma mulher, mas não se chegará a esse ponto).
  2. Dizer mal. Em geral de tudo o que é Português e muito especialmente da sua mentalidade, educação, costumes e cultura (Terá maior aprovação se estiver a viver no estrangeiro).
  3. Subverter (ou mesmo inverter) completamente as regras do Português em todos os textos. Tentar manter uma média de duas regras gramaticais quebradas em cada frase (parece que o povão gosta de se rever em quem escreve assim, de modo a não se sentir ofendido... cambada de intelectuais, pá!).
  4. Manter uma linguagem fresca, saltitona, que vá dizendo umas coisas que parecem bastante profundas, mas que no fundo não querem absolutamente dizer nada (que a malta não está virada para pensar, porque para chata já basta a vida).

Espera-se assim que, em menos de seis meses saia o livro "Matrecos" (que é um bom nome para um livro) e, quem sabe, se tenha o direito partilhar aquela mesa completamente desarrumada (eu pintava a minha cara de preto se tivesse a minha secretária assim) com o Barbudo José Viegas, na RTPN...

sábado, julho 02, 2005

Galiza

Como resultado das últimas eleições para a junta da Galiza, assistimos a uma alternância no poder. Por uma diferença de um deputado, ao PP de Fraga Iribarne sucede uma coligação de socialistas (PSOE) e nacionalistas (Bloque Nacionalista Galego - uma coligação de diversas forças nacionalistas de esquerda).

Espero que a coligação PSOE - BNG saiba aproveitar a vitória obtida. A Galiza precisa de um governo dinâmico que a saiba levar em frente (mesmo que na liderança do Bloque já não esteja o carismático Xosé Manuel Beiras Torrado).

O consulado do Franquista Fraga Iribarne (mentor da liderança PP de Aznar) saldou-se por um atraso extremo da região. Quando comparada com as outras autonomias, como a Catalunha ou o Euskadi, a Galiza teve uma perda evidente de protagonismo económico, cultural e democrático.

Como exemplo, por efeito deste governo, em dez anos, duplicou o número de galegos que não utilizam o galego no seu dia a dia. Quando, numa autonomia seria de esperar o contrário.
Em comparação, o catalão e o euskera tiveram subidas significativas do seu número de falantes durante os últimos anos.

Sempre tive a noção, dos contactos que mantenho com a Galiza (e da leitura do noticiário Galego na Internet) que é um desejo dos falantes do Galego a aproximação à comunidade de falantes do Português.
Existe aliás uma corrente que defende a integração da Galiza na CPLP com o estatuto de observador.

Devo confessar que me revejo nessa corrente. A diversidade e o dinamismo da língua Portuguesa são factores que nos devem obrigar a manter uma mente aberta a todas as formas da sua evolução. Não apenas considerando o Português de per si como uma língua oficial para um país, mas pensando na língua de todos como também a língua de regiões específicas que falem línguas irmãs da nossa. Como o Galego.

Aliás, penso que a CPLP deveria, numa dinâmica de constante auto-redefinição (própria de uma língua viva), passar a denominar-se Comunidade de Povos de Língua Portuguesa. Teria bastante mais lógica. Mas com a CPLP que temos, não será de esperar muito. Infelizmente.

Ainda por cima, damos tiros no pé: http://brasil.indymedia.org/pt/blue/2004/07/286897.shtml

sexta-feira, julho 01, 2005

Azia

Na sequência da derrota da Argentina com o Brasil por 4-1, na final da Taça das confederãçoes, esta foi a capa de um dos principais jornais desportivos Argentinos.

Por um lado, revela uma azia enorme. Eu prefiro vê-la como uma enorme demonstração de que podemos sempre ter bom humor, mesmo nas horas em que são necessárias doses massivas de primperan...