terça-feira, fevereiro 02, 2010

Entrevista de Christophe Dejours ao Público

Para compreender melhor o estado mental das relações laborais, a importância da avaliação, das políticas de qualidade total e do recurso ao outsourcing, recomendo a leitura deste artigo no público. É um pouco extenso mas vale a pena:

http://www.publico.clix.pt/Sociedade/um-suicidio-no-trabalho-e-uma-mensagem-brutal_1420732

Mar Encrespado

Mário Crespo andava com vontade de dar nas vistas. Efemérides sobre o ecrã da previsão do tempo, entrevistas mais ou menos incisivas aos seus convidados e uns artigos no jornal perfeitos para irem passando de caixa de mail em caixa de mail, na lógica do este é que tem razão, vou já reenviar para todos os meus contactos!, tão habitual no nosso nacional-carneirismo digital.

Mas Mário Crespo queria mais. Queria ser uma Manuela Moura Guedes sem batom. Ela foi silenciada e eu não? O que é que eu tenho a menos que ela?. Vai daí, surge o último artigo de opinião, baseado num diz-que-disse pouco digno (digo eu) para um jornalista sério. E como tal, próprio para se editado na Internet e não num artigo de opinião num jornal.

Se Mário Crespo quer entrar na política, deve deixar o jornalismo. Se quer ser jornalista, deve deixar a intriga política. Não pode é ser um ser híbrido, que usa o jornalismo para manter uma imagem de isenção junto da opinião pública, mas vai metendo umas lanças na política, tentando tornar-se em mais um opinion maker.

Estou certo que existirão muitos jovens lobos a tentar ocupar o lugar de Mário Crespo na SIC Noticias. No entanto, acho que a melhor forma de manter a concorrência à distância seria emanar uma aura de solidez profissional, capitalizada ao longo dos anos de profissão, à qual os novos não poderão ainda aspirar. No entanto, estas estórias só servem para descredibilizar essa imagem que demorou anos a construir.  E tenho pena, porque Mário Crespo poderia ser um dos grandes jornalistas portugueses. Mas não assim.